RESUMO Justificativa e objetivos: A dor facial idiopática persistente é uma doença crônica de origem neuropática cuja etiologia é normalmente desconhecida. É uma condição médica que não responde satisfatoriamente à farmacoterapia. Também é uma doença com grande impacto na qualidade de vida do paciente, e difícil de diagnosticar. O objetivo deste estudo foi reportar o diagnóstico de dor facial idiopática persistente, complexa, a intervenção farmacológica usada e a adoção de práticas integrativas e complementares para o manuseio da dor facial idiopática persistente, além do curso clínico e o impacto dessas ações na qualidade de vida do paciente. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 52 anos, diagnosticada há 6 anos como portadora de dor facial idiopática persistente associada a bruxismo e distúrbio temporomandibular. A paciente apresentou-se com queixa de dor orofacial que não atendeu os critérios diagnósticos de distúrbio temporomandibular. A paciente também apresentou dor miofascial e neuralgia do trigêmeo na região esquerda da boca que surgiram depois de um procedimento de tratamento de canal. O plano terapêutico adotado foi pregabalina (450mg) em combinação com cloridrato de venlafaxina (150mg), contínuo. Como medidas adicionais, sessões semanais de acupuntura, terapia com psicólogo, incluindo hipnose e meditação, além de bloqueio do nervo periférico e bloqueio venoso durante as crises e aplicação de toxina botulínica. CONCLUSÃO: O plano terapêutico adotado trouxe melhora considerável na qualidade de vida da paciente, evidenciada pela redução da intensidade da dor e pela diminuição na frequência das crises dolorosas. Há necessidade de monitoramento interdisciplinar, por ser uma doença multifatorial, e de capacitação constante nas diversas categorias de profissionais de saúde envolvidos no tratamento da dor facial idiopática persistente, vista ser uma complicação rara e difícil de diagnosticar.
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Persistent idiopathic facial pain is a chronic disease with neuropathic origin, whose etiology is usually unknown; it is a medical condition that does not respond satisfactorily to drug therapy. It is also a disease with a major impact on patient quality of life and difficult to diagnose. This study aimed to report the diagnosis of a complex, persistent idiopathic facial pain, the pharmacological intervention taken and the adoption of integrative and complementary practices for the management of persistent idiopathic facial, as well as the clinical course and the impact of these actions on the patient’s quality of life. CASE REPORT: A female patient, 52, diagnosed 06 years ago as a carrier of persistente idiopathic facial pain associated with bruxism and temporomandibular disorders. The patient presented with a complaint of orofacial pain which did not meet the diagnostic criteria for temporomandibular disorders. The patient also presented myofascial and trigeminal neuralgia pain in the left buccal region which emerged after performing a root canal procedure. The therapeutic plan adopted was based on pharmacological therapy with pregabalin (450mg) in combination with venlafaxine hydrochloride (150mg), continuously. As additional measures, weekly acupuncture sessions, therapy sessions with psychologists, including hypnosis and meditation, as well as peripheral nerve and a venous block during crises and botulinum toxin application were applied. CONCLUSION: The therapeutic plan adopted led to a considerable improvement in the patient’s quality of life, evidenced by the reduction in pain intensity and a decrease in the frequency of painful crises. The need for interdisciplinary monitoring, as it is a multifactorial disease, as well as for the ongoing training of various categories of health professionals involved in the treatment of persistent idiopathic facial, given that it is a complication which is rare and difficult to diagnose, is observed.