RESUMO Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por tumores palpebrais, além de comparar o índice de acerto do diagnóstico clínico de tumores palpebrais ao exame histopatológico padrão-ouro. Métodos: Estudo retrospectivo com análise de prontuários de pacientes, no período entre 2015 e 2019, submetidos à biópsia excisional das lesões como forma de tratamento definitivo, com consequente classificação histopatológica da peça cirúrgica. Foram analisados idade e sexo dos pacientes, além de localização, diagnóstico clínico e classificação histopatológica dos tumores. Resultados: Foram verificados 273 prontuários, totalizando 331 tumores palpebrais. O índice de acerto do diagnóstico clínico, comparado ao laudo anatomopatológico, foi de 88,2%. Dos tumores encontrados, 284 (85,8%) eram benignos; dentre os malignos, o mais prevalente foi o carcinoma basocelular (80,6%), seguido pelo espinocelular (8,5%) e o sebáceo (6,4%); dentre os benignos, o mais prevalente foi o papiloma (19,7%), seguido pelo nevus (13,7%) e pelo hidrocistoma (13,4%). A idade média dos pacientes foi de 49,5±20,1 anos, com prevalência feminina de 56,4% (n=155). Dos pacientes, 42 (15,3%) apresentaram tumores com malignidade, sendo 23 (54,8%) mulheres. Os tumores acometeram 178 pálpebras inferiores e 125 superiores, 22 cantos mediais e seis laterais. O lado mais acometido foi o direito, com 169 tumores; 162 foram no lado esquerdo, e 19 pacientes tiveram acometimento bilateral. Conclusão: O exame histopatológico é uma ferramenta essencial no diagnóstico definitivo e no acompanhamento do paciente com tumor palpebral, o qual, em geral, mostra predomínio benigno, assim como preferência por idade próxima e/ou superior a 50 anos, sexo feminino, lado direito e pálpebra inferior. Esses fatos devem ser levados em consideração durante a consulta oftalmológica, devido à probabilidade de malignidade de tumores palpebrais. O melhor tratamento continua sendo a excisão cirúrgica total com margens livres da lesão.
ABSTRACT Objective: Delineate an epidemiological profile of patients affected by eyelid tumors, while comparing the rate of correct clinical diagnosis to the gold standard histopathological analysis, verifying the data with the literature. Methods: Retrospective analysis of medical records, from 2015 to 2019, of patients submitted to excisional biopsy of the lesions with consequent histopathological classification of the anatomical specimen. Patients’ age and sex and tumors location, clinical diagnosis and histopathological classification were considered. Results: In total, 331 eyelid tumors from 273 medical records were inspected. The rate of correct clinical diagnosis, compared to the anatomopathological report, was 88.2%. Of all tumors, 284 (85.8%) were benign. Among malignant tumors, the most prevalent was Basal Cell Carcinoma (80.6%), followed by Squamous Cell Carcinoma (8.5%) and Sebaceous Carcinoma (6.4%); Among benign tumors, it was Papilloma (19.7%), followed by Nevus (13.7%) and Hydrocystoma (13.4%). The mean age was 49.5±20.1 years, with female prevalence (155, 56.4%). Forty-two patients (15.3%) had malignant tumors, 23 (54.8%) were women. The tumors affected 178 lower and 125 upper eyelids, 22 medial canthus and 6 lateral canthus; 169 tumors affected the right side and 162 the left; 19 of the patients had bilateral involvement. Conclusion: Histopathological analysis is an essential tool in the diagnosis of eyelid tumors, which, predominantly, are benign affecting more often women with ages close to or over 50 years, on the right side and lower eyelid. These facts must be considered during the ophthalmological consultation due to the probability of malignancy. The best treatment remains surgical excision of the lesion with free margins.