Cães provenientes de 12 canis comerciais do estado de São Paulo foram submetidos à investigação clínica e a provas laboratoriais para o diagnóstico de infecção por Brucella spp. A colheita de amostras foi realizada entre os meses de abril de 2000 e fevereiro de 2002 e os exames laboratoriais empregados foram a imunodifusão em gel de ágar (IDGA) e a hemocultura. De 171 cães examinados, 39 (22,80 %) apresentaram pelo menos um sinal clínico compatível com brucelose, 58 (33,91%) foram positivos pela IDGA e 24 (14,03%) pela hemocultura. Bactérias Gram negativas com perfil bioquímico compatível com o gênero Brucella foram isoladas das 24 amostras de sangue positivas pelo isolamento bacteriano. De acordo com o coeficiente Kappa e o teste de McNemar, não foi observada concordância entre os resultados obtidos na hemocultura e IDGA (k=0,360 com intervalo de confiança de 95%; X²=25,93, p=0,000), entre resultados da IDGA e do exame clínico (k=0,248 com intervalo de confiança de 95%; X²=6,11, p=0,013) e entre os resultados da hemocultura e do exame clínico (k=0,442 com intervalo de confiança de 95%; X²=6,76, p=0,009). A associação dos resultados obtidos pelos exames clínicos e laboratoriais com o sexo dos animais não foi estatisticamente significante (Qui-Quadrado), sendo observado X²=1,35 e p=0,2447 para o exame clínico, X²=1,58 e p=0,2086 para IDGA e X²=1,48 e p=0,2230 para hemocultura. Dos 12 canis examinados, sete apresentaram pelo menos um animal positivo pela hemocultura e nove pelo menos um animal positivo pela imunodifusão. A associação de dados epidemiológicos com testes laboratoriais diretos e indiretos deve ser enfatizada para o diagnóstico definitivo da brucelose canina. Resultados positivos pela imunodifusão em gel de ágar podem ser conseqüência de reações inespecíficas e devem ser confirmados pela hemocultura. Os resultados negativos obtidos pela imunodifusão também devem ser confirmados utilizando-se métodos diretos de diagnósticos ou repetindo-se o teste sorológico com 30 dias de intervalo, devido à baixa sensibilidade desse teste diagnóstico.
Dogs from 12 commercial breeding kennels were submitted to clinical investigation and laboratorial tests for diagnosis of Brucella spp. infection. The sampling was carried out between April 2000 and February 2002 and the laboratorial tests employed were agar gel immunediffusion test (AGID) and blood culture. From 171 dogs examinated, 39 (22.8%) showed at least one clinical sign compatible with brucellosis, 58 (33.91%) were AGID positive and 24 (14.03%) were positive by blood culture. Gram negative bacterial cells with a biochemical pattern compatible with that of bacteria belonging to genus Brucella were isolated from blood specimens of 24 animals. According to Kappa index and McNemar test, the association between AGID and blood culture (k=0.360 with 95% of confidence interval; X²=25.93, p=0.000), between AGID and clinical test (k=0.248 with 95% of confidence interval; X²=6.11, p=0.013), and between blood culture and clinical examination (k=0.442 with 95% of confidence interval; X²=6.76, p=0.009) were not statistically significant. Qui-Square test indicated no association of sex and the results of clinical examination (X²=1.35 and p=0.2447), AGID (X²=1.58 and p=0.2086) or bacterial isolation (X²=1.48 and p=0.2230). Within 12 kennels, seven had at least one dog positive by blood culture and nine had at least one animal positive by AGID. The association of epidemiological data with direct and indirect methods of diagnosis is necessary to perform a definitive diagnosis of Brucella infection in dogs, as positive results by AGID can be consequence of non-specific reactions and must be confirmed by blood culture. Negative results by AGID must also be confirmed using direct methods of diagnosis or repeating the serologic test after 30 days, because of the low sensitivity of this test.