RESUMO Objetivos: Determinar a visão, achados oftalmológicos e qualidade de vida em longevos. Métodos: Estudo observacional transversal em indivíduos com idade entre 80 anos ou mais. Realizado exame oftalmológico com medida da acuidade visual apresentada e da acuidade visual melhor corrigida. Foram administrados os questionários: Qualidade de Vida Forma Curta - 36 (SF-36) e Qualidade de Função Visual (VFQ-25). Resultados: Total de 150 indivíduos não-institucionalizados foram estudados, divididos em três faixas etárias: 80 a 89 anos (n=70); 90 a 99 anos (n=50) e 100 anos ou mais (n=30). Acuidade visual apresentada normal (≥20/30) foi encontrada em 20 (13,3%) participantes; deficiência visual leve (<20/30 a ≥20/60), em 53 (35,4%); deficiência visual moderada (< 20/60 a ≥20/200) em 50 (33,3%); deficiência visual grave (<20/200 para ≥20/400) em 8 (5,3%) e cegueira (<20/400) em 19 (12,7%). A acuidade visual com a melhor correção aumentou para 37 (24,7%) indivíduos normais; deficiência leve aumentou para 55 (36,7%); deficiência visual moderada diminuiu para 38 (25,3%); deficiência visual grave foi reduzida para 5 (3,3%) e cegueira foi reduzida para 15 (10%). As principais causas de deficiência visual/cegueira foram: catarata (43,8%) erro refrativo (21,5%), degeneração macular relacionada à idade (17,7%), e degeneração miópica (3,8%). A pontuação no Questionário de Qualidade de Vida foi pior naqueles com baixa visão para perto. No questionário VFQ -25 os domínios com menor pontuação ocorreram nos indivíduos com baixa visão/cegueira. Conclusão: Deficiência visual/cegueira mostrou-se presente em três quartos desta amostra de longevos. A prescrição de óculos adequados proporcionou melhora da acuidade visual, reforçando a necessidade de atendimento oftalmológico regular desses pacientes para assegurar a qualidade de vida e de visão.
ABSTRACT Purpose: To determine the vision status, ophthalmic findings, and quality of life among the very elderly. Methods: This was a cross-sectional observational study of individuals aged 80 years and above. A comprehensive ophthalmic exam was performed with mea surement of both the presenting (PVA) and best-corrected visual acuity. The Quality of Life Short Form-36 (SF-36) and the Visual Function Questionnaire (VFQ-25) were also administered. Results: A total of 150 non-institutionalized participants were assigned to three age groups: 80-89 years (n=70), 90-99 years (n=50), and 100 years and older (n=30). PVA and best-corrected visual acuity were normal (≥20/30) in 20 (13.3%) and 37 participants (24.7%), respectively. Regarding PVA, mild visual impairment (<20/30 to ≥20/60) was found in in 53 (35.4%), moderate visual impairment (<20/60 to ≥20/200) in 50 (33.3%), severe visual impairment (<20/200 to ≥20/400) in 8 (5.3%), and blindness (<20/400) in 19 (12.7%) participants. Regarding best-corrected visual acuity, mild, moderate, and severe visual impairments were present in 55 (36.7%), 38 (25.3%), and 5 (3.3%) participants, respectively, and blindness was present in 15 (10%). The main causes of visual impairment/blindness were cataract (43.8%), refractive errors (21.5%), age-related macular degeneration (17.7%), and myopic degeneration (3.8%). SF-36 scores were worse in those with low visual acuity, while VFQ-25 domain scores were poorer in those with vision impairment/blindness. Conclusion: Vision impairment and blindness was present in three-quarters of this sample, but it was notable that adequate correction with spectacles improved visual acuity. This reinforces the need for regular ophthalmic care in elderly patients to improve their quality of life by optimizing vision.