RESUMO: A soja DAS-444Ø6-6 expressa as enzimas AAD-12, 2mEPSPS e PAT, conferindo, respectivamente, tolerância aos herbicidas 2,4-D, glifosato e glufosinato de amônio. Esse evento também pode ser combinado à soja DAS-81419-2, que expressa as enzimas Cry1Ac e Cry1F e confere resistência a amplo espectro de insetos lepidópteros. A adoção bem-sucedida dessas tecnologias requer eventos biotecnológicos que atuem nas diferentes regiões climáticas do país, sobretudo sob condições ambientais adversas. O objetivo deste estudo foi caracterizar a tolerância das sojas DAS 444Ø6-6 e DAS-444Ø6-6 x DAS-81419-2 aos herbicidas 2,4-D e glifosato na região do cerrado brasileiro. Oito ensaios foram realizados em campo em quatro locais durante a safra 2015/2016, usando-se delineamento de blocos ao acaso com tratamentos em esquema fatorial. O fator A foi 2,4-D sal colina (456 g e.a. L-1) + glifosato sal DMA (480 g e.a. L-1) nas doses de 975 + 1.025 e 1.950 + 2.050 g e.a. ha-1, e a mistura formulada de 2,4-D sal colina (195 g e.a. L-1) + glifosato sal DMA (205 g e.a. L-1) nas doses de 2.000 (975 + 1.025) e 4.000 (1.950 + 2.050) g e.a. ha-1. O fator B foi a aplicação nos estádios V3, V6 e R2. Não se observou clorose, epinastia e inibição de crescimento nas plantas de soja. Foi observado leve murchamento um dia após o tratamento (DAT), mas não aos 7 DAT. O 2,4-D sal colina + glifosato sal DMA nas doses de 975 + 1.025 e 1.950 + 2.050 g e.a. ha-1 causou, respectivamente, menos de 6 e 13% de necrose ou injúria aos 7 DAT, e menos de 2% na avaliação realizada aos 28 DAT, independentemente da formulação aplicada. O rendimento de grãos não foi afetado pelos fatores testados ou pela sua interação, independentemente da composição de eventos da soja e da localização da área experimental. A soja DAS-444Ø6-6, combinada ou não com a DAS-81419-2, mostrou elevada tolerância ao 2,4-D sal colina e glifosato sal DMA na região do cerrado no Brasil.
ABSTRACT: The DAS-444Ø6-6 soybean expresses AAD-12, 2mEPSPS and PAT enzymes to provide, respectively, tolerance to 2,4-D, glyphosate and ammonium glufosinate. This event is also associated with DAS-81419-2 expressing Cry1Ac and Cry1F proteins to provide protection against a broad spectrum of soybean lepidopteran insect species. Successful adoption by growers of these technologies relies on the traits performing in the diverse environments of Brazil, especially under adverse weather conditions. The objective of this study was to characterize the tolerance of DAS 444Ø6-6 and DAS-444Ø6-6 x DAS-81419-2 soybeans to 2,4-D and glyphosate in the Cerrado region of Brazil. Eight trials across four sites were conducted in the 2015/2016 summer rainy season using a randomized complete block design, with a factorial arrangement of treatments. Factor A was 2,4-D choline salt (456 g a.e. L-1) + glyphosate DMA salt (480 g a.e. L-1) at 975 + 1,025 and 1,950 + 2,050 g a.e. ha-1, respectively and ready-mix of (2,4-D choline salt 195 g a.e. L-1 + glyphosate DMA salt 205 g a.e. L-1) at 2,000 (975 + 1,025) and 4,000 (1,950 + 2,050) g a.e. ha-1. Factor B was application timing at V3, V6 and R2 soybean growth stages. No visible symptoms of leaf chlorosis, epinasty, or growth inhibition were observed. Slight leaf droop was observed at 1 day after treatment (DAT), but it was null at 7 DAT. Less than 6% and 13% of leaf necrosis or injury were observed at 7 DAT, respectively, at 975 + 1,025 and 1,950 + 2,050 g a.e. ha-1 of 2,4-D choline salt + glyphosate DMA salt, regardless of applied as a ready-mix or not, but it was always 2% or less at 28 DAT. Crop grain yield was not influenced by herbicide treatments, application timing and their interaction, regardless of the soybean event and experimental site. DAS-444Ø6-6 and DAS-444Ø6-6 x DAS-81419-2 soybeans showed high tolerance to 2,4-D choline salt and glyphosate DMA in the Cerrado region of Brazil.