A tireoidite crônica auto-imune é, atualmente, a principal causa de hipotireoidismo e seu diagnóstico baseia-se nas manifestações clínico-laboratoriais. O marcador laboratorial mais importante é a presença de anticorpos antitireoglobulina e antiperoxidase, sendo este último o teste mais sensível. A biópsia aspirativa apresenta alta sensibilidade e especificidade, porém, é um método invasivo e, por isso, reservado para quando há presença de nódulo ou bócio de crescimento rápido. A cintilografia é desnecessária para o diagnóstico, já que apresenta baixa sensibilidade e especificidade. A ultra-sonografia, tanto ao modo B como ao dúplex-Doppler colorido, evoluiu de forma muito rápida e tornou-se um método simples, não-invasivo, reprodutível e com alta sensibilidade para o diagnóstico da tireoidite crônica auto-imune. Ao modo B, a ecogenicidade é um parâmetro de extrema importância, já que, além de apresentar alta correlação com o quadro citopatológico, também apresenta alta sensibilidade para o diagnóstico da tireoidite crônica auto-imune. Embora este parâmetro não seja específico da tireoidite crônica auto-imune, pois também pode estar presente na doença de Graves, na tireoidite pós-parto e na tireoidite subaguda, tais desordens podem ser facilmente diferenciadas tanto pelo quadro clínico-laboratorial quanto pelo dúplex-Doppler colorido. Assim, este artigo tem o objetivo de revisar a importância do estudo da ecogenicidade no diagnóstico da tireoidite crônica auto-imune.
Chronic autoimmune thyroiditis is currently considered as the main cause for hypothyroidism and its diagnosis is based on clinical manifestations and laboratory tests results. The most significant laboratory marker for this disease is the presence of anti-thyroperoxidase and anti-thyroglobulin antibodies, the latter being the most sensitive one. Aspiration biopsy shows high sensitivity and specificity but, considering the invasiveness of this method it is reserved for cases of suspected nodules or fast growing goiter. Scintigraphy is unnecessary for the diagnosis, considering its low specificity and sensitivity. Both B-mode and duplex color Doppler ultrasonography have rapidly evolved, becoming a simple, noninvasive and reproducible method with high sensitivity for the diagnosis of chronic autoimmune thyroiditis. Echogenicity is a relevant parameter at B-mode ultrasonography because of the close correlation with cytopathological findings besides the high sensitivity in the diagnosis of the disease. Although this is not a specific parameter for chronic autoimmune thyroiditis, considering that it may also be found in Graves' disease, postpartum thyroiditis and subacute thyroiditis, such disorders can be easily differentiated both by clinical-laboratory and duplex color Doppler findings. Thus, the present study is aimed at evaluating the significance of thyroid echogenicity in the diagnosis of chronic autoimmune thyroiditis.