De janeiro de 1987 a janeiro de 1992, 105 pacientes portadores de endocardite foram submetidos a tratamento cirúrgico. Sessenta e quatro eram do sexo masculino e 41 do feminino. A idade média foi de 35,7 anos e o peso médio de 55,45 kg. Quarenta e cinco pacientes apresentavam acometimento da valva aórtica, sendo 32 na nativa e 12 em próteses anteriormente implantadas (6 metálicas e 6 biológicas). Na correção, foram utilizadas sete próteses biológicas e 37 metálicas. O caso restante foi de plastia da valva. Doze pacientes necessitaram correção de abcessos que comprometiam o anel e as estruturas adjacentes. A endocardite na mitral foi tratada em 34 pacientes, sendo 18 na valva nativa e 16 em próteses artificiais, com um deles apresentando abcesso, que destruiu parte do anel valvar, e necessitando correção com pericárdio bovino, para posterior implante da prótese. Nesses pacientes fizemos 2 plastias e utilizamos 24 próteses biológicas e 8 metálicas. Em 18 pacientes, tanto a mitral como a aórtica estavam comprometidas, sendo 11 vezes nas valvas nativas, 6 em prótese biológica mitral com metálica aórtica e 1 vez com portador de prótese biológica mitral e aorta nativa. Em 11 deles usou-se prótese biológica mitral e metálica aórtica, em 4 prótese metálica em ambas as posições, em 1 prótese biológica nas 2 posições e, nos 2 casos restantes, plastia de 1 valva associada à prótese da outra. Em 1 dos pacientes que apresentava abcesso tanto na mitral como na aórtica, usou-se retalho único de pericárdio bovino, para corrigir os abcessos, e as próteses foram implantadas parcialmente nesse retalho. Os 8 restantes apresentavam endocardite em cardiopatias congênitas (6 casos), em fio de marcapasso endovitário (1 caso) e nas 3 valvas (mitro-aórtico-tricuspídeo 1 caso). A mortalidade cirúrgica foi de 18,09%, a maioria por síndrome de baixo débito ou septicemia. As endocardites em posição mitral tiveram o maior índice de mortalidade (23,5%) e as da posição aórtica o menor (15,5%), com os mitro-aórticos tendo uma mortalidade de 16,6%. A cirurgia para endocardite tem apresentado melhoria nos resultados, principalmente depois que os cirurgiões tornaram-se mais agressivos, retirando todo o tecido infectado, com amplas ressecções e corrigindo todos os defeitos adicionais, procurando restaurar a integridade do coração e a função valvar.
From January 1987 to January 1992,105 patients (64 males; age x 35.7 years) were referred to surgery due to valvar edocarditis. Forty-five patients had the aortic valve involved (32 in the native valve and 12 in a prosthesis previously implanted (6 metalic and 6 biological and 1 case of previous valve suture). Twelve patients needed removal of abscess on the valve which was compromising the valvar ring and contiguous structures. Endocarditis in the mitral valve was treated in 34 patients (18 in native valve and 16 in artificial prosthesis). In such patients we performed 2 sutures of the valves and implanted 24 biological and 8 metalic valves. Involvement of both mitral and aortic apparatus, was present in 18 cases. In such patients, 11 received biological prosthesis in mitral position, and metalic prosthesis in aortic position. One of these cases, that presented an abscess in both mitral and aortic valve, received a single patch of bovinum pericardium and the prosthesis were partially implanted in such patch. The remained 8 cases presented endocarditis in congenital heart disease (6 cases), in pacemaker electrode (1 case) and 1 case in the 3 valves (aortic, mitral and tricuspid). The in-hosipital mortality rate was: 18% (23.5% to mitral; 15.5% to aortic and 16.6% to mitral-aortic valves endocarditis). We concluded that surgery for endocarditis has improved the results, mainly after surgeons became more aggressive pulling out the infected tissue with great resections and correcting the additional deffects, in an attempt to restore the heart integrity and valvular function.