RESUMO Objetivo Traduzir, adaptar e avaliar as propriedades de uma versão, em português do Brasil, do Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes, um questionário que avalia conhecimento em diabetes. Métodos Estudo transversal, em diabéticos tipo 2, com idade ≥60 anos de uma instituição pública de saúde, em São Paulo (SP). Após o desenvolvimento da versão na língua portuguesa, foram avaliadas suas propriedades psicométricas e associação com variáveis sociodemográficas e clínicas. Os modelos de regressão foram ajustados para dados sociodemográficos, alfabetismo funcional em saúde, tempo de doença, uso de insulina e controle glicêmico. Resultados Foram avaliados 129 diabéticos, com média de idade de 75,9 (±6,2) anos, escolaridade média de 5,2 (±4,4) anos, hemoglobina glicada média de 7,2% (±1,4) e valor médio do Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes de 42,1% (±25,8). No modelo de regressão, as variáveis associadas de forma independente ao Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes foram escolaridade (B=0,193; p=0,003), uso de insulina (B=1,326; p=0,004), tempo de doença (B=0,053; p=0,022) e alfabetismo em saúde (B=0,108; p=0,021). O coeficiente de determinação foi de 0,273. O a de Cronbach apresentou valor de 0,75, revelando consistência interna adequada. Conclusão Esta versão traduzida do Spoken Knowledge in Low LiteraFcy Patients with Diabetes mostrou-se adequada para avaliar conhecimentos em diabetes em idosos de baixa escolaridade, apresentando distribuição normal, consistência interna adequada, sem a presença de efeito teto ou chão. O instrumento teve boa aplicabilidade, já que pôde ser administrado de maneira rápida e não depende da capacidade de leitura.
ABSTRACT Objective To translate, adapt and evaluate the properties of a Brazilian Portuguese version of the Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes, which is a questionnaire that evaluate diabetes knowledge. Methods A cross-sectional study with type 2 diabetes patients aged ≥60 years, seen at a public healthcare organization in the city of Sao Paulo (SP). After the development of the Portuguese version, we evaluated the psychometrics properties and the association with sociodemographic and clinical variables. The regression models were adjusted for sociodemographic data, functional health literacy, duration of disease, use of insulin, and glycemic control. Results We evaluated 129 type 2 diabetic patients, with mean age of 75.9 (±6.2) years, mean scholling of 5.2 (±4.4) years, mean glycosylated hemoglobin of 7.2% (±1.4), and mean score on Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes of 42.1% (±25.8). In the regression model, the variables independently associated to Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes were schooling (B=0.193; p=0.003), use of insulin (B=1.326; p=0.004), duration of diabetes (B=0.053; p=0.022) and health literacy (B=0.108; p=0.021). The determination coefficient was 0.273. The Cronbach a was 0.75, demonstrating appropriate internal consistency. Conclusion This translated version of the Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes showed to be adequate to evaluate diabetes knowledge in elderly patients with low schooling levels. It presented normal distribution, adequate internal consistency, with no ceiling or floor effect. The tool is easy to be used, can be quickly applied and does not depend on reading skills.