O presente artigo relata as características geológicas, litológicas e petrográficas do dique piroclástico e tufo soldado intrusivo com alto teor de fenocristais e fragmentos de minerais do complexo intrusivo de rochas alcalinas do Morro dos Gatos, RJ. Este complexo intrusivo tem 1,2 km x 0,8 km de extensão ocupando uma área de 0,5 km², e é constituído, principalmente, por monzonito e traquito. Na encosta sul do morro, ocorre um dique composto de rocha piroclástica e, na encosta noroeste, tufo soldado intrusivo com alto teor de fenocristais e fragmentos de minerais. O dique piroclástico é de 40 a 80 cm de largura, é intrusivo no granito porfirítico do embasamento e é constituído por tufo-brecha fortemente soldado, que contém fragmentos angulosos de traquito de tamanho de lapilli. Ao longo do plano de contato do dique piroclástico, ocorre a intercalação do traquito. Por outro lado, o tufo soldado é caracterizado por abundância de fenocristais de feldspato alcalino e fragmentos de minerais de feldspato alcalino, quartzo, biotita, anfibólio e fragmentos líticos de traquito, apresentando textura suportada por cristais e matriz. Os fenocristais grandes são os agregados compostos de feldspato alcalino idiomórfico com o tamanho geral de 2 mm, no máximo de 6 mm. A matriz é constituída, principalmente, por fragmentos de minerais de tamanho geral menor do que 1 mm. O diagrama de distribuição entre o tamanho e a frequência, para os fragmentos, sugere que estes foram originados de uma erupção explosiva. A matriz é fortemente soldada e completamente devitrificada, apresentando textura criptocristalina. Os cristais foram concentrados pela seleção granulométrica por gás vulcânico em ascensão no conduto subvulcânico durante a fase de erupção contínua e efusiva. A distribuição espacial limitada das rochas piroclásticas e o tamanho pequeno do afloramento, indicam que essas não são constituintes de fluxo piroclástico, mas de conduto e fissura subvulcânicos.
The present article reports the geologic, lithologic, and petrographic characteristics of the pyroclastic dyke and phenocryst-rich welded crystal tuff of the Morro dos Gatos alkaline intrusive body, State of Rio de Janeiro, Brazil. The intrusive complex has an extension of 1.2 x 0.8 km occupying an area of 0.5 km². It is constituted mainly by monzonite and trachyte. At the south flank of the massif, there exits a pyroclastic dyke and at the northwest flank, an intrusive welded crystal tuff. The pyroclastic dyke is 40 to 80 cm wide and intrudes into the basement porphyritic granite. This rock is constituted by welded tuff breccia with large amount of lapilli-size angular lithic fragments of trachyte. Along the contact plane of this dyke, there is an intercalation of the trachyte. The crystal tuff is characterised by abundant alkaline feldspar phenocrysts and mineral fragments of alkaline feldspar, quartz, biotite, and amphibole, showing a crystal matrix-supported texture. Large phenocrysts are aggregations of idiomorphic alkaline feldspar crystals with a general size of 2 mm and a maximum one of 6 mm. The matrix is composed mainly of mineral fragments of less than 1 mm in general size. The size-frequency diagram for the mineral fragments suggests that they have been originated from an explosive eruption. The matrix is strongly welded and completely devitrified showing a cryptocrystalline texture. The crystals were concentrated by sorting with the help of the volcanic gas ascending in the volcanic conduit during a continuous and effusive phase of the eruption. The limited special distribution of the pyroclastic rocks and small outcrop size indicate that they are not constituent of pyroclastic flow deposits, but of subvolcanic conduit and fissure.