As viroses causam rápida degenerescência dos tubérculos-sementes de batata. Em condições tropicais, em que a presença de afídeos vetores é constante e a estrutura das populações de vírus é dinâmica, a pressão das doenças é enorme. Conhecer essa dinâmica é uma ferramenta importante para a sustentabilidade da produção de batata. Realizou-se um levantamento abrangente da ocorrência de viroses em batata no Brasil, além de estudar-se a distribuição das estirpes de Potato virus Y (PVY) associadas ao mosaico da batata. Em 2005 e 2006 foram visitadas lavouras em sete estados brasileiros, coletando-se folíolos com sintomas de viroses (1.256 amostras) e amostras aleatórias (360 amostras). Foi feita também uma estimativa visual da incidência de mosaico e enrolamento-das-folhas em vários dos campos visitados. Das 1.256 amostras suspeitas, 840 apresentaram reação positiva em teste sorológico para PVY (66,9%), 128 para Potato leaf roll virus (PLRV) (10,2%), 79 para Potato virus S (PVS) (6,3%) e nenhuma para Potato virus X (PVX). Os resultados dos testes de detecção por DAS-ELISA, biológico e RT-PCR mostraram a presença quase absoluta do subgrupo necrótico de PVY, em sua maioria PVY NTN. A análise de uma sub-amostragem em todos os municípios visitados confirmou que essa variante está hoje presente nos sete estados visitados. Amostras de PVY NTN foram obtidas das cultivares Asterix, Atlantic, Agata, Achat, Baronesa, Baraka, Bintje, Caesar, Cupido, Marijke, Monalisa, Panda e Vivaldi, que apresentaram diferentes níveis de suscetibilidade. As amostras aleatórias revelaram um quadro muito similar ao encontrado com as amostras sintomáticas. PLRV foi identificado em MG, BA, PR e SC, em várias lavouras de forma muito freqüente. PVS foi identificado nesses mesmos estados e também em SP. PVX foi detectado em apenas uma amostra tomada ao acaso em Serra do Salitre (MG). O contraste entre a avaliação visual dos sintomas e os resultados do teste de detecção por ELISA revelou a possibilidade de infecção latente por PVY em níveis relevantes na cultivar Asterix.
Viruses are responsible for the quick degeneration of potato seed-tubers. In the tropics, where aphid vectors are constantly present and the structure of virus populations is dynamic, the disease pressure is enormous. Therefore, the knowledge of such dynamics is definitely an extremely valuable tool towards the sustainability of the national potato production. In this study, we report a broad survey of virus occurrence in potato, in Brazil. In addition, we studied the distribution of the Potato virus Y (PVY) strains associated with mosaic symptoms on potatoes. In 2005 and 2006, we visited potato fields in seven Brazilian States. We collected leaves of symptomatic plants (1,256 samples) and also at random (360 samples). In addition, in several fields a visual assessment was carried out to estimate mosaic and leafroll incidence. From the 1,256 samples with symptoms, 840 tested serologically were positive to PVY (66.9%), 128 to PLRV (10.2%), 79 to PVS (6.3%), and none to PVX. Serology using DAS-ELISA and also biological and RT-PCR tests revealed an almost exclusive occurrence of the PVY necrotic strain, predominantly the necrotic subgroup PVY NTN. The analysis of a sub-sample representing all surveyed Counties indicated that the necrotic strain was universally present. Cultivars Asterix, Atlantic, Agata, Achat, Baronesa, Baraka, Bintje, Caesar, Cupido, Marijke, Monalisa, Panda, and Vivaldi, although displaying different susceptibility levels, were all infected by PVY NTN. The analysis of leaves collected at random showed similar results. PLRV was identified in four States (Minas Gerais, Bahia, Paraná, and Santa Catarina), while PVS was present in the State of São Paulo as well. PVX was found in only one sample collected at random in Serra do Salitre, State of Minas Gerais. The contrast between visual evaluation and the results of the detection test by ELISA strongly indicated the presence of a relevant rate of PVY latent infection on cultivar Asterix.