INTRODUÇÃO: A depressão está entre as comorbidades psiquiátricas mais frequentes em pacientes com fibromialgia (FM), e o estresse crônico pode ser um dos eventos desencadeadores dos sintomas característicos da FM. OBJETIVOS: Comparar os sintomas depressivos e a percepção de estresse entre pacientes com FM e controles saudáveis e investigar relações entre essas características e a funcionalidade e o impacto na qualidade de vida no grupo de pacientes. MÉTODOS: Participaram do estudo 20 mulheres diagnosticadas com FM e 20 sem o diagnóstico da doença. Foram aplicados os seguintes questionários: Inventário de Depressão de Beck, Escala de Percepção de Estresse-10, Health Assessment Questionnaire, Fibromyalgia Impact Questionnaire e Escala Visual Analógica de dor (0-10 cm). RESULTADOS: Mulheres com FM apresentaram maior intensidade dos sintomas depressivos (24,10 ± 11,68) e maior percepção de estresse (25,10 ± 4,82) em comparação às controles (10,20 ± 12,78, P < 0,01 e 15,45 ± 7,29, P < 0,01, respectivamente). Verificou-se maior incidência dos sintomas depressivos no grupo de pacientes (75%), em comparação ao grupo-controle (25%) (c² = 10,00;P < 0,01). No grupo de pacientes, os sintomas depressivos correlacionaram-se com maior percepção de estresse (r = 0,54;P < 0,05), dor (r = 0,58;P < 0,01), comprometimento da funcionalidade (r = 0,56;P < 0,05) e impacto na qualidade de vida (r = 0,46;P < 0,05). Nesse grupo também houve correlação entre maior percepção de estresse e comprometimento da funcionalidade (r = 0,50;P < 0,05). Não houve relação entre dor e percepção de estresse. CONCLUSÃO: A relação entre estresse, depressão e funcionalidade parece fazer parte de um complexo mecanismo que pode interferir na qualidade de vida de pacientes com FM.
INTRODUCTION: Depression is one of the most frequent psychiatric comorbidities in patients with fibromyalgia (FM), and chronic stress might be one of the triggering events of the characteristic FM symptoms. OBJECTIVES: To compare depressive symptoms and stress perception between women with and without FM, in addition to investigate the relationship between those characteristics and the functionality and the impact on the quality of life of those patients. METHODS: The study included 20 women with FM (FM group) and 20 healthy women (control group). The following instruments were used: Beck Depression Inventory, Perceived Stress Scale-10, Health Assessment Questionnaire, Fibromyalgia Impact Questionnaire, and Visual Analogue Scale for pain (0-10 cm). RESULTS: The FM group showed higher severity of the depressive symptoms (24.10 ± 11.68) and greater perception of stress (25.10 ± 4.82) as compared with those of the control group (10.20 ± 12.78, P < 0.01;and 15.45 ± 7.29, P < 0.01;respectively). A higher incidence of depressive symptoms was observed in the FM group (75%) than in the control group (25%) (c² = 10.00, P < 0.01). In the FM group, a positive correlation was observed between the depressive symptoms and perceived stress (r = 0.54, P < 0.05), pain (r = 0.58, P < 0.01), impaired functionality (r = 0.56, P < 0.01), and impact on the quality of life (r = 0.46, P < 0.05). In this group there was also correlation between perceived stress and impaired functionality (r = 0.50;P < 0.05). Pain showed no relationship with perceived stress. CONCLUSION: The relationship between stress, depression and functionality seems to be part of a complex mechanism, which might affect the quality of life of patients with FM.