RESUMO Contexto Cerca de 22% dos casos de câncer esofágico ocorrem como uma doença local e uma minoria é considerada lesão precoce, isto é, está limitada à mucosa ou submucosa. A ressecção endoscópica da mucosa, dissecção endoscópica da submucosa, a terapia fotodinâmica, a terapia laser e coagulação com plasma de argônio se desenvolveram como alternativas à ressecção cirúrgica para lesões precoces. Objetivo O objetivo desta revisão sistemática é identificar estudos que comparam terapia endoscópica com terapia cirúrgica, quanto à sobrevivência, à sobrevivência livre de doença, à morbidade e a mortalidade associada ao procedimento e a mortalidade associada ao câncer. Fontes de dados - Revisão sistemática utilizando MEDLINE, COCHRANE, EMBASE, EBSCO, LILACS, Biblioteca da Universidade de São Paulo, BVS e ESCOPE. Seleção de estudo Estudo randomizado controlado, ensaio clínico e estudo de coorte. Critérios Estudos que comparam a sobrevivência, a sobrevivência livre de doença, a morbidade e a mortalidade associadas ao procedimento e mortalidade associada ao câncer na endoscópica e terapia cirúrgica para lesões precoces de câncer de esôfago. Extração de dados Extração independente de artigos com dois autores usando campos de dados pré-definidos, incluindo indicadores de qualidade do estudo. Limitação Somente estudos de coorte retrospectivos comparando endoscopia e a cirurgia foram recuperados. Resultados As taxas de sobrevida após 3 e 5 anos foram diferentes e mostrou-se superioridade das terapias cirúrgicas em relação às endoscópicas ao longo do tempo. A endoscopia é superior no controle da mortalidade relacionada ao câncer com alta taxa de recorrência da doença. Em relação à morbidade e mortalidade associadas ao procedimento, a endoscopia é superior. Conclusão Não há evidências de ensaios clínicos. Esta revisão sistemática mostrou superioridade na sobrevivência das terapias cirúrgicas. As terapias endoscópicas evidenciam superioridade no controle da mortalidade relacionada ao câncer com uma alta taxa de recorrência da doença. Além disso, a endoscopia correlaciona-se com menor morbidade e mortalidade associadas à intervenção. Ensaios controlados com grandes amostras são necessários para confirmar os resultados da análise atual.
ABSTRACT Background Esophageal cancer occurs as a local disease in 22% of cases, and a minority of this disease is limited to the mucosa or submucosa (early lesions). Endoscopic mucosal resection, endoscopic submucosal dissection, photodynamic therapy, laser therapy, and argon plasma coagulation have emerged as alternatives to surgical resection for early lesions. Objective The aim of this systematic review is to identify studies that statistically compare survival, disease-free survival, morbidity and mortality associated with the procedure, and mortality associated with cancer in the endoscopic versus surgical therapies. Data sources A systematic review using MEDLINE, COCHRANE, EMBASE, EBSCO, LILACS, Library University of Sao Paulo, BVS, and SCOPE. Study selection Randomized controlled trial, controlled clinical trial, clinical trial, and cohort study. Criteria - Studies that statistically compare survival, disease-free survival, morbidity and mortality associated with the procedure, and mortality associated with cancer in patients who underwent endoscopic and surgical therapy for early lesions of esophageal cancer. Data extraction Independent extraction of the articles by two authors using predefined data fields, including study quality indicators. Limitation Only retrosprospective cohort studies comparing the endoscopic and surgical therapies were recovered. Results The survival rates after 3 and 5 years were different and exhibited superiority with the surgical therapies over time. Endoscopy is superior in the control of mortality related to cancer with a high rate of disease recurrence. With regard to the comorbidity and the mortality associated with the procedure, endoscopy is superior. Conclusion There is no evidence from clinical trials. In this systematic review, surgical therapies showed superiority for survival, and endoscopic therapies showed superiority in the control of mortality related to cancer with a high rate of disease recurrence; also, for the comorbidity and the mortality associated with the procedure, endoscopy is superior. Prospective, controlled trials with large sample sizes are necessary to confirm the results of the current analysis.