Embora o ácaro Varroa destructor tenha sido introduzido no Brasil há mais de 30 anos, ainda não foram registrados casos de mortalidade de colônias de abelhas. Nas abelhas africanizadas, a taxa de infestação obtida pelo ácaro varroa é baixa, não causando danos à apicultura brasileira. A baixa capacidade reprodutiva do parasita em células de crias de operárias das abelhas africanizadas é considerado um fator importante na manutenção do equilíbrio entre o parasita e o hospedeiro. No entanto, a possível introdução de um novo haplótipo do ácaro Varroa destructor no Brasil, ocorrida recentemente, pode estar aumentando a capacidade reprodutiva desse ácaro. A habilidade reprodutiva das fêmeas do ácaro foi avaliada em mais de mil de células de crias de operárias de abelhas africanizadas aos 17-18 dias de idade, em dois períodos. A porcentagem de fêmeas férteis do ácaro aumentou de 56% nos anos de 1980 a 86% em 2005-2006. A diferença na porcentagem de fêmeas que produziram deutoninfas, descendentes fêmeas que podem alcançar o estágio adulto ao emergir das operárias, foi ainda maior; em 2005-2006, 72% das fêmeas que invadiram células de crias de operárias deixaram pelo menos um descendente viável, comparado com 35% em 1986-1987.

Varroa destructor has been in Brazil for more than 30 years, but no mortality of honeybee colonies due to this mite has been recorded. Africanized bee infestation rates attained by varroa have been low, without causing measurable damage to Brazilian apiculture. The low reproductive ability of this parasite in Africanized bee worker brood cells has been considered an important factor for maintaining the host-parasite equilibrium. Nevertheless, the possible substitution of the haplotype of the mite Varroa destructor that has occurred recently in Brazil could affected the reproductive ability of the population of this parasite in Brazil. The reproductive ability of worker of the mite females was evaluated in over one thousand 17-18day-old Africanized worker brood cells each of the two periods. The percentage of fertile mites increased from 56% in the 1980s to 86% in 2005-2006. The difference in the percentage of females that produced deutonymphs, female progeny that can reach the adult stage at bee emergence, was even greater. In 2005-2006, 72% of the females that invaded worker brood had left at the least one viable descendant, compared to 35% in 1986-1987.

A varroosis, doença causada pelo ácaro Varroa destructor Anderson & Treuman, é responsável pela mortalidade de milhares de colônias de Apis mellifera L. em várias partes do mundo. Contudo, o dano causado por esse ácaro varia com a raça de abelhas e condições climáticas. A varroa causa poucos danos nas colônias de abelhas africanizadas no Brasil, os níveis de infestação são relativamente baixos e estáveis. Foi avaliado o comportamento higiênico (desoperculação e remoção de crias mortas ou parasitadas) em colônias de abelhas africanizadas altamente higiênicas usando favos infestados naturalmente com o ácaro V. destructor. A taxa diária de células desoperculadas, medida em oito colônias durante seis dias, foi 3,5 vezes maior em favos infestados com varroa comparados quando com favos não infestados. Os resultados mostram que as abelhas africanizadas reconhecem e removem crias parasitadas naturalmente com o ácaro V. destructor o qual é um mecanismo de tolerância da praga varroosis.

Varroosis, a disease caused by the mite Varroa destructor Anderson and Treuman has killed hundreds of thousands of Apis mellifera L. colonies in various parts of the world. Nevertheless, the damage caused by this mite varies with the type of bee and climate conditions. Varroa causes little damage to Africanized bee colonies in Brazil, as the infestation rates are relatively stable and low. We evaluated the hygienic behavior (uncapping and removal of brood) of highly hygienic Africanized bees using combs with worker brood cells infested (naturally) and no infested with V. destructor. The daily uncapping rate, measured in eight colonies during six days, was 3.5 fold higher in the combs infested with varroa compared to no infested combs. The results show that the Africanized bees are able to recognise and remove brood cells naturally infested with V. destructor what is an important mechanism for tolerance against varroa.