O cuidado parental é conhecido por impor um elevado custo energético às fêmeas primatas, pois, além da lactação, muitas mães primatas também provêm transporte aos filhotes. Diversos estudos têm documentado o elevado custo energético da lactação, no entanto, pouco se sabe sobre o custo energético para o transporte do filhote e seus efeitos na recuperação da condição física das mães. Nós comparamos as atividades de fêmeas muriquis (Brachyteles hypoxanthus Kuhl, 1820), durante um período de 12 meses, na RPPN Feliciano Miguel Abdala, Minas Gerais Brasil, a fim de investigar se as mães durante o ano de desmame dos filhotes se comportavam diferentemente das mães no ano pós-desmame, quando elas recomeçaram o ciclo reprodutivo e de cópulas, e quando estavam concebendo novamente. Nós não encontramos nenhuma diferença significativa no orçamento das atividades comportamentais entre as mães no ano de desmame (n = 4) versus mães no ano pós-desmame (n = 5), apesar das mães no ano de desmame terem gasto significativamente mais tempo em proximidade com seus infantes e carregado seus infantes do que as mães no ano pós-desmame. Nós sugerimos que, em fêmeas muriquis, o orçamento de energia do desmame é similar ao de pós-desmame.
Infant care is known to impose high energetic costs on female primates because in addition to lactation, most primate mothers also provide transport for their offspring. Many studies have documented the high energetic costs of lactation, but less is known about energetic costs of infant carrying and their effects on the recovery of maternal physical condition. We compared the activities of female northern muriquis (Brachyteles hypoxanthus Kuhl, 1820) over a 12-month period at the RPPN Feliciano Miguel Abdala, Minas Gerais, Brazil to investigate whether mothers during their weaning year behaved differently than mothers in their post-weaning year, when they resumed reproductive cycling and copulating, and conceived again. We found no significant differences in the behavioral activity budgets of mothers in their weaning year (n = 4) versus post-weaning year (n = 5), despite the significantly higher proportion of time that mothers in their weaning year spent in close proximity with their infants and carrying their infants compared to mothers in their post-weaning year. We suggest that the energy budgets of weaning are similar to those of post-weaning in female northern muriquis.