INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: O emprego da psicoterapia de grupo no atendimento em saúde mental, sobretudo em contextos institucionais, tem se expandido aceleradamente, não havendo uma expansão correlata de pesquisas na área, conforme aponta a literatura especializada. Objetivou-se compreender algumas possibilidades e alguns limites de um grupo de apoio de curta duração (16 sessões) para pacientes psiquiátricos ambulatoriais, investigando os fatores terapêuticos que operam nesse grupo, segundo a percepção de seus participantes. MÉTODOS: Questionários do Incidente Crítico (QIC), observação e registro do grupo, consultas aos prontuários dos pacientes e notas de campo constituíram as fontes de dados. A análise das respostas dos pacientes ao QIC foi realizada por procedimentos de avaliação categorial de conteúdo, tendo como base um sistema descritivo dos fatores terapêuticos proposto na literatura. As demais fontes foram tomadas como dados de contexto dos sentidos produzidos pelos pacientes em suas respostas ao QIC. RESULTADOS: Os resultados remetem a dez categorias derivadas da percepção dos pacientes, indicativas de vivências terapêuticas e não-terapêuticas no grupo. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Este estudo possibilita uma compreensão sobre o modo como os pacientes vivenciaram o processo desse grupo, tendo em vista os sentidos que produziram a partir de sua participação neste, e, em conjunção com a compreensão de seus quadros clínicos, situa algumas possibilidades e alguns limites desse tipo de tratamento em saúde mental, considerando o contexto em que ocorre e a clientela que usualmente o integra.
INTRODUCTION: The use of group psychotherapy in mental health care systems has been increasingly expanding despite the relatively limited growth of clinical research in the field. OBJECTIVES: To assess the limitations and potentials of a support group in an outpatient setting (16 sessions) focusing on group therapeutic factors according to the patients' self-report. METHOD: The Critical Incident Questionnaire (CIQ), observation of group activity, patients' records consultation, and field notes were used as data source. The analysis of the patients' answers to the CIQ (N=112) was carried out using categorical content analysis, based on a descriptive system of therapeutic factors proposed in the literature. RESULTS: The categorical content analysis of CIQ answers was able to identify ten different categories derived from the patients' perception of the group process, and they reflected the therapeutic and non-therapeutic experiences during the group work. DISCUSSION/CONCLUSION: It was possible to understand patients' experience of the group process by assessing their perceptions reported after each session. This assessment in combination with their clinical conditions allows to a better understanding of some of the potentials and limitations of this modality of mental treatment, taking into account the institutional environment and the constitution of the patient population.