Neste texto, argumenta-se que letramento não é um processo único e universal, que tenha o mesmo significado para todas as pessoas. Ao contrário, entende-se que letramento é um processo dinâmico em que o significado de ação letrada é continuamente (re)construído, localmente, por participantes de diferentes grupos sociais. Para corroborar tal argumento, examinamos como uma perspectiva compartilhada de letramento é estabelecida por participantes no dia-a-dia de uma sala de aula. Orientados pela abordagem etnográfica interacional, analisamos como os alunos e os professores de uma turma de inglês estabelecem as condições para leitura, produção e discussão de textos, durante um curso de verão. A partir dessa análise, apresentam-se considerações teórico-metodológicas para o desenvolvimento de pesquisas sobre práticas escolares de letramento.
Dans ce texte, on argumente que la literacie n’est pas un processus unique et universel, qui ait le même sens pour tous. Au contraire, on comprend la literacie comme un processus dynamique où le sens de l’action lettrée est continûment (re)construit, localement, par des participants aux différents groupes sociaux. Pour confirmer un tel argument, nous examinons la manière par laquelle une perspective partagée de literacie est établie par des participants du quotidien d’une salle de classe. Orientées par l’approche ethnographique interactionnelle, nous analysons comment les élèves et les professeurs d’une classe d’anglais établissent les conditions pour la lecture, la production et la discussion de textes, pendant un cours d’été. À partir de cette analyse, on présente des considérations d’ordre théorico-méthodologique pour le développement de recherches sur les pratiques scolaires de literacie.
In this article, we argue that literacy is not a universal process that has the same meaning for everybody. Rather, literacy is understood as a dynamic process in which the meaning of literate action is locally and continuously redefined by participants of a social group. To support this argument, we examine how a common understanding of literacy was established by participants in a classroom. Adopting an interactional ethnographic approach, we analyze how students and teacher define conditions for reading, writing and discussing texts, during a summer course. Based on this analysis, we raise theoretical and methodological issues to be considered when developing research on school literacy practices.