As flores de Annonaceae são caraterizadas por pétalas carnosas, muitos estames com conectivos duros em forma de escudo e numerosos carpelos com estigmas sésseis que produzem exsudados pegajosos. As pétalas de muitas espécies formam uma câmara de polinização durante a antese. Protoginia e fortes emissões de cheiro, especialmente durante a fase feminina, são características de quase todas as espécies. A maioria das espécies com flores noturnas tem termogênese, o que acelera a emissão de cheiros e fornece um lugar aquecido aos besouros polinizadores. Uma função das pétalas de Anaxagorea e de outras espécies de Annonaceae é a produção de calor através da queima de amido acumulado e da emissão de componentes de cheiro. Apesar de que a maioria de Annonaceae parece ser autocompatível, a dicogamia de certa maneira age contra a autopolinização. A polinização por besouros (a cantarofilia) é o modo predominante na família. O gênero mais basal da familia parece ser Anaxagorea, cujas flores emitem um cheiro composto de ésteres de frutos e àlcool e atraem principalmente pequenos besouros do gênero Colopterus (Nitidulidae), que normalmente vivem em frutos. Pelo fato de que a polinização por besouros é plesiomórfica em Anaxagorea, características associadas com a cantarofilia aparecem em quase todas as espécies de Annonaceae. Tanto as flores de Anaxagorea como as de outros Annonaceae são predadas por besouros e moscas que comem as pétalas e cujas larvas também se criam nas pétalas ou nos óvulos. Portanto, as pétalas carnosas podem ser interpretadas também como estruturas antipredatoras. São demonstrados casos de polinização por besouros pequenos em flores diurnas (p.e. Guatteria, Duguetia, Annona) e por besouros grandes (Dynastinae, Scarabaeidae) em flores noturnas (p.e. Annona, Duguetia). Algumas Annonaceae são adaptadas a uma polinização por trips (Thysanoptera), moscas, baratas a até abelhas. Apesar de que estes grupos de Annonaceae que não são polinizados por besouros possuem adaptações aos seus insetos específicos, eles ainda mostram algumas características cantarofílicas de seus ancestrais.
Flowers of Annonaceae are characterized by fleshy petals, many stamens with hard connective shields and numerous carpels with sessile stigmas often covered by sticky secretions. The petals of many representatives during anthesis form a closed pollination chamber. Protogynous dichogamy with strong scent emissions especially during the pistillate stage is a character of nearly all species. Scent emissions can be enhanced by thermogenesis. The prevailing reproductive system in the family seems to be self-compatibility. The basal genus Anaxagorea besides exhibiting several ancestral morphological characters has also many characters which reappear in other genera. Strong fruit-like scents consisting of fruit-esters and alcohols mainly attract small fruit-beetles (genus Colopterus, Nitidulidae) as pollinators, as well as several other beetles (Curculionidae, Chrysomelidae) and fruit-flies (Drosophilidae), which themselves gnaw on the thick petals or their larvae are petal or ovule predators. The flowers and the thick petals are thus a floral brood substrate for the visitors and the thick petals of Anaxagorea have to be interpreted as an antipredator structure. Another function of the closed thick petals is the production of heat by accumulated starch, which enhances scent emission and provides a warm shelter for the attracted beetles. Insight into floral characters and floral ecology of Anaxagorea, the sister group of the rest of the Annonaceae, is particularly important for understanding functional evolution and diversification of the family as a whole. As beetle pollination (cantharophily) is plesiomorphic in Anaxagorea and in Annonaceae, characters associated with beetle pollination appear imprinted in members of the whole family. Pollination by beetles (cantharophily) is the predominant mode of the majority of species worldwide. Examples are given of diurnal representatives (e.g., Guatteria, Duguetia, Annona) which function on the basis of fruit-imitating flowers attracting mainly fruit-inhabiting nitidulid beetles, as well as nocturnal species (e.g., large-flowered Annona and Duguetia species), which additionally to most of the diurnal species exhibit strong flower warming and provide very thick petal tissues for the voracious dynastid scarab beetles (Dynastinae, Scarabaeidae). Further examples will show that a few Annonaceae have adapted in their pollination also to thrips, flies, cockroaches and even bees. Although this non-beetle pollinated species have adapted in flower structure and scent compounds to their respective insects, they still retain some of the specialized cantharophilous characters of their ancestors.