Um dos objetivos deste estudo foi analisar as estratégias de regulação emocional dos profissionais de uma empresa aérea brasileira após acidente fatal ocorrido em 2006. Participaram do estudo qualitativo 47 aeroviários: agentes de aeroportos, profissionais de recursos humanos, comandantes, comissários e copilotos. Os dados foram coletados em janeiro de 2007, em entrevistas grupais guiadas por um roteiro semiestruturado. A duração de cada uma delas variou de 1 a 2 horas, e foram realizadas em uma sala no próprio aeroporto ou na sede da empresa. Após esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa e consentimento livre dos participantes, as entrevistas foram gravadas para posterior identificação das demandas de trabalho surgidas após o acidente e das estratégias de regulação emocional usadas. As estratégias de ação profunda (seleção de situação e reavaliação cognitiva) se apresentaram centrais nos discursos dos aeroviários, mais do que as estratégias superficiais (supressão de emoções ou manifestações fisiológicas). Os resultados ainda revelaram que a certeza de que a empresa não tinha culpa no acidente contribuiu positivamente. Mesmo diante de muitas e diversificadas demandas de trabalho emocional, os aeroviários relataram menos impactos negativos em seu bem-estar e mais lealdade organizacional e investimento nas mudanças de seus estados internos emocionais.
One of the main objectives of this study was to analyze the emotional regulation strategies used by employees of a Brazilian air company after a fatal accident in 2006. It is a qualitative study with the participation of 47 workers, including airport and flight attendants, human resource professionals, pilots and co-pilots. Data collection occurred in January 2007, through group interviews that were coordinated by one of the authors and guided by semi-structured forms. Each interview lasted 1 to 2 hours. These interviews were developed in an airport room or in the company headquarters. Following an explanation of the research objectives and the free consent of the participants, they were recorded for later identification of the working demands which happened after the fatal disaster, as well as the emotional regulation strategies which emerged. Deep action strategies (selection of situation and cognitive reassessment) were the central aspects of the workers’ reports, when compared to superficial action strategies (suppression of emotions and physiological reactions). The findings also suggest that the strong belief that the company could not be held responsible for the disaster had a positive effect. The workers, even under several and diversified demands for emotional work, reported less negative impacts on their well-being, more organizational loyalty and more investments on changing their internal emotional states.
Uno de los objetivos de este estudio fue analizar las estrategias de regulación emocional de los profesionales de una empresa aérea brasileña post accidente fatal ocurrido en 2006. Participaron del estudio cualitativo 47 trabajadores del sector aéreo: Palabras-llave: Psicología del trabajo. Trabajo emocional. Regulación emocional agentes de aeropuertos, profesionales de recursos humanos, comandantes, comisarios y copilotos. Los datos fueron colectados en enero de 2007, en entrevistas de grupo guiadas por un guión semi-estructurado. La duración de cada una de ellas varió de 1 a 2 horas, y fueron realizadas en una sala en el propio aeropuerto o en la sede de la empresa. Después de aclaraciones sobre los objetivos de la pesquisa y consentimiento libre de los participantes, las entrevistas fueron grabadas para posterior identificación de las demandas de trabajo surgidas después del accidente y de las estrategias de regulación emocional usadas. Las estrategias de acción profunda (selección de situación y reevaluación cognoscitiva) se presentaron centrales en los discursos de los trabajadores del sector aéreo, más que las estrategias superficiales (supresión de emociones o manifestaciones fisiológicas). Los resultados aún revelaron que la certeza de que la empresa no tenía culpa en el accidente aportó positivamente. Aún así delante de muchas y diversificadas demandas de trabajo emocional, los trabajadores del sector aéreo relataron menos impactos negativos en su bienestar y más lealtad organizacional e inversión en los cambios de sus estados internos emocionales.