Resumo O chamado Antropoceno é uma nova época caracterizada por profundas mudanças biofísicas que ameaçam a continuidade da vida na Terra para milhões de espécies, incluindo os seres humanos. Esse cenário de instabilidade desafia os estudos de Relações Internacionais (RI) a se repensarem. Como uma narrativa de nossos medos e esforços imaginativos sobre o futuro, a ficção científica fornece experimentos de pensamento sobre caminhos potenciais e indeterminados para a humanidade. Na trilogia “The Problem of 3 Bodies”, Cixin Liu constrói uma realidade distópica, sugerindo percepções sobre o Antropoceno. Por meio dessa narrativa, podemos explorar os limites da epistemologia positivista, desafiar o entendimento convencional do sistema internacional como uma estrutura anárquica fechada e refletir sobre algumas das consequências do antropocentrismo. Este artigo tem como objetivo ilustrar como a ficção científica pode ser um portal para refletir sobre um planeta cheio de instabilidades, traçando um paralelo entre a trilogia de Liu e os impactos do Antropoceno nas RI. Dessa forma, dialogamos com os dilemas e soluções concebidos pela autora para especular sobre o tempo, a tecnologia, as instituições, a indeterminação do futuro e a fragilidade da existência humana, temas ainda pouco explorados nos estudos de Relações Internacionais, mas comuns nos estudos sobre o Antropoceno. No entanto, as soluções previstas por Liu apostam no desenvolvimento científico-tecnológico, deixando de lado questões relevantes como desigualdades, injustiças e outras formas de conhecimento. espécies humanos RI (RI repensarem humanidade The Bodies, Bodies , Bodies” distópica positivista antropocentrismo instabilidades forma tempo tecnologia instituições humana entanto científicotecnológico, científicotecnológico científico tecnológico, tecnológico científico-tecnológico desigualdades conhecimento
Abstract The so-called Anthropocene is a new epoch characterized by deep biophysical changes that threaten the continuity of life on Earth for millions of species, including humans. This instability scenario challenges International Relations (IR) to rethink itself. As a narrative of our fears and imaginative efforts about the future, science fiction provides thought experiments on potential and indeterminate paths for humanity. In ‘The Problem of 3 Bodies’ trilogy, Cixin Liu builds a dystopian reality, suggesting insights into the Anthropocene. Through this narrative, we can explore the limits of positivist epistemology, challenge the conventional understanding of the international system as a closed anarchical structure, and reflect on some of the consequences of anthropocentrism. This article aims to illustrate how SciFi can be a portal to reflect on a planet full of instabilities by drawing a parallel between Liu’s trilogy and the impacts of the Anthropocene in IR. Thus, we dialogue with dilemmas and solutions designed by the author to speculate about time, technology, institutions, the indeterminacy of the future, and the fragility of human existence, themes still underexplored in International Relations studies but common in the Anthropocene scholarship. However, the solutions envisaged by Liu bet on scientific-technological development, leaving aside relevant issues such as inequalities, injustices, and other ways of knowing. socalled so called species humans IR (IR itself future humanity Bodies reality epistemology structure anthropocentrism Lius s Thus time technology institutions existence scholarship However scientifictechnological scientific technological development inequalities injustices knowing