A evolução da Medicina, associada à adequada adesão ao tratamento, vem aumentando a sobrevida de crianças portadoras de doenças orgânicas crônicas, até a adolescência e vida adulta. Neste estudo focalizaram-se as implicações da comunicação médico-paciente na adesão ao tratamento. Foram entrevistados 8 rapazes e 10 moças, entre 12 e 18 anos, portadores de doenças orgânicas crônicas desde a infância. As entrevistas, seguindo roteiro flexível, foram gravadas, transcritas, e submetidas à análise qualitativa. Pacientes atendidos em programas assistenciais específicos apresentaram melhor comunicação com seu médico e maior adesão ao tratamento. Os adolescentes identificaram a mãe como intermediária na comunicação com o médico, desde o diagnóstico, e situaram-se como espectadores desta comunicação. Interpretou-se que tal situação não favorece o desenvolvimento psicológico destes jovens, e impede que assumam a doença e o tratamento. Sugere-se a criação de programas e procedimentos que incluam formalmente o paciente pediátrico na comunicação do médico com a mãe.
The evolution of Medicine, associated to appropriate adhesion to treatment, has been increasing the life expectancy of children with chronic organic diseases, until adolescence and adult life. This study focalizes the implications of doctor-patient communication in the adhesion to treatment. Eight boys and ten girls, between 12 and 18 years of age, with chronic organic diseases since childhood were interviewed. The interviews, following a flexible guideline, were recorded, transcribed, and submitted to qualitative analysis. Patients assisted in specific aid programs presented better communication with their doctors and greater adhesion to treatment. The adolescents identified the mother as mediator in the communication with the doctor, since the diagnosis, and they located themselves as spectators of this communication. It was interpreted that such situation does not favor the psychological development of these adolescents, and it impedes that they assume the disease and treatment. The creation of programs and procedures that include the pediatric patient formally in the doctor's communication with the mother is suggested.