O aumento da entrada de metais pesados nos ambientes aquáticos pode resultar em altos níveis de acumulação destes contaminantes nos peixes e seus consumidores, representando um risco para os ecossistemas e para a saúde humana. Investigamos as concentrações de mercúrio (Hg), cádmio (Cd), zinco (Zn), cromo (Cr) e chumbo (Pb) nos tecidos do músculo, fígado e baço de Pseudoplatystoma corruscans, coletado em dois trechos do rio Paraopeba, Brasil. Nossos resultados mostraram que as concentrações dos metais pesados foram mais elevadas nas vísceras, isto é fígado e baço, indicando que as vísceras deP. corruscans não devem ser utilizadas para consumo humano. As correlações entre as concentrações de metais pesados e o tamanho dos peixes não foram estatisticamente significativas. Embora os níveis de Hg, Cd, Zn, Cr e Pb no músculo geralmente não tenham ultrapassado os limites seguros para o consumo humano, a presença constante desses metais em concentrações próximas a estes limites é motivo de alerta para as populações que consomem regularmente peixes de rios poluídos como o rio Paraopeba. Nossos resultados também indicaram que em uma rede fluvial, onde existam áreas poluídas conectadas a ambientes de boa qualidade, o consumo regular de peixes, mesmo quando estes são capturados em trechos onde os níveis de contaminação forem considerados baixos, pode oferecer risco à saúde, uma vez que muitos peixes de água doce com alto valor comercial como P. corruscans são migradores.
The increasing amounts of heavy metals entering aquatic environments can result in high accumulation levels of these contaminants in fish and their consumers, which pose a serious risk to ecosystems and human health. We investigated the concentrations of mercury (Hg), cadmium (Cd), zinc (Zn), chromium (Cr), and lead (Pb) in muscle, liver, and spleen tissues of Pseudoplatystoma corruscans specimens collected from two sites on the Paraopeba River, Brazil. The level of heavy metals concentrations in the tissues was often higher in viscera (i.e. liver and spleen) than in muscle, and thus, the viscera should not be considered for human consumption. Correlations between metal concentrations and fish size were not significant. Although the levels of muscle bioaccumulation of Hg, Cd, Zn, Cr, and Pb, generally do not exceed the safe levels for human consumption, the constant presence of heavy metals in concentrations near those limits considered safe for human consumption, is a reason for concern, and populations who constantly consume fish from polluted rivers should be warned. Our findings also indicate that in a river network where certain areas are connected to other areas with high rates of environmental pollutants, people should be cautious about the regular consumption of fish, even when the fish consumed are caught in stretches of the basin where contamination levels are considered low, since many of the freshwater fish with high commercial value, such as the catfish surubim, are migratory.