OBJETIVO: Avaliar a presença de microalbuminúria em indivíduos não diabéticos, associando-a à presença de fatores de risco cardiovasculares como hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia e obesidade. A taxa de excreção urinária de albumina (EUA) foi avaliada em relação aos índices de secreção e resistência insulínica (RI). PACIENTES E MÉTODOS: 105 indivíduos com idade de 33,4 ± 1,4 anos (57,1% mulheres) foram submetidos ao TOTG com 75 g de dextrose, sendo avaliadas as curvas de glicose e insulina: valores basais e em 2h, valores de pico e áreas sob a curva (ASC). Para a avaliação da secreção e RI, utilizamos os índices: insulinogênico, delta, HOMA, QUICKI, relação glicose/insulina e relação entre os índices insulinogênico e HOMA. As amostras para avaliação da albuminúria foram colhidas overnight. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: 1) tolerância normal à glicose e 2) alteração do metabolismo glicídico. RESULTADOS: Houve diferença entre os 2 grupos para idade, IMC, PA, cintura, RCQ, colesterol, triglicerídeos (TG), glicemias (GJ e G2h), ASCg, índices HOMA e QUICKI, e relação entre os índices insulinogênico e HOMA. A EUA foi de 4,28 ± 2,73 µg/mL, apresentando correlação com PAD, GJ, G2h, ASCg, VPG, HOMA, I2h, VPI e ASCi. Após regressão em stepwise, apenas ASCg foi preditora de EUA. Na comparação da amostra estratificada em quartis de EUA, o 1º e o 4º quartis foram estatisticamente diferentes para IMC, PAS, PAD, cintura, quadril, G2h, TG, LDL, ASCg, ASCi, VPG e índices HOMA e QUICKI. CONCLUSÃO: Embora não houvesse nenhum indivíduo com microalbuminúria, encontramos diferença entre a EUA em indivíduos com diferentes graus de tolerância à glicose e diferenças entre as variáveis clínicas e laboratoriais entre o 1º e o 4º quartis de EUA. Nossos achados sugerem que em indivíduos não diabéticos o aumento da EUA está relacionado a algumas características da síndrome metabólica, o que pode conferir uma maior suscetibilidade aterogênica.
AIM: To evaluate the presence of microalbuminuria in non-diabetic subjects, associating it to the presence of cardiovascular risk factors like hypertension, smoking, dislipidemia and obesity. The urinary albumin excretion rate (UAE) was also evaluated regarding to insulin secretion and resistance indices. DESIGN AND METHODS: 105 subjects aged 33.4 ± 1.4 years (57.1% women), received 75 g dextrose for an OGTT, and the following variables were evaluated for glucose and insulin curves: basal and 2 hours values, peak values (PV) and area under the curves (AUC). To evaluate insulin secretion and resistance, we used the insulinogenic, delta, HOMA, QUICKI, glucose to insulin ratio and the relation between insulinogenic and HOMA indices. A urine sample was collected overnight for albuminuria. Individuals were allocated in two groups: 1) normal, and 2) altered glucose metabolism. RESULTS: The two groups differed in age, BMI, BP, abdominal circumference (AC), WHR, cholesterol, triglycerides (TG), glycemias (basal and 2h), AUCg, HOMA and QUICKI indices and the relation between insulinogenic and HOMA. Mean UAE was 4.28 ± 2.73 µg/mL, correlating to DBP, glycemias, AUCg, GPV, HOMA, 2h insulin, IPV e AUCi. By stepwise multiple-regression analysis, only AUCg was predictive of UAE. By comparing interquartile intervals of UAE, we found statistical significance between the 1st and 4th quartile for: BMI, SBP, DBP, AC, waist, 2h glucose, TG, LDL, AUCg, AUCi, GPV and HOMA and QUICKI indices. CONCLUSION: Although in the absence of microalbuminuric individuals, we found differences among UAE in individuals across a range of glucose tolerance and differences between clinical and laboratorial variables in the interquartile analysis. Our findings suggest that in non-diabetic individuals, UAE is associated to some characteristics of the metabolic syndrome, probably predisposing to greater atherogenic susceptibility.