Este texto se propõe a explorar a possibilidade de praticar uma antropologia que, da maneira mais radical possível, não passe pela desqualificação da prática e do pensamento daquelas e daqueles com quem trabalhamos. Para isso, apresenta problemas etnográfico-teóricos extraídos de minha pesquisa sobre religião e política. Trata-se, em última instância, de discutir a possibilidade da prática da antropologia a partir de um desconhecido fundamental, no sentido filosófico do termo. Em outras palavras, de praticar a antropologia a partir de uma espécie de não sabemos transcendental, que longe de paralisar o trabalho de investigação funcionaria, ao contrário, como seu impulso dinâmico.
In this paper I propose to explore the possibility of practicing an anthropology that -in the most radical way as possible-does not discredit our participants' practices and thoughts. I present ethnographic and theoretical issues from my research on religion and politics, in order to discuss the possibility of doing anthropology from a fundamental unknown, in the philosophical sense of the term. In other words, to do anthropology starting from a kind of transcendental not knowing that, far from paralyzing the research, may, on the contrary, act as its dynamic impulse.
En ese texto, propongo explorar la posibilidad de practicar una antropología que, de la manera más radical posible, no pase por la descalificación de la práctica y el pensamiento de aquellos y aquellas con quienes trabajamos. Para esto, voy a presentar problemas etnográfico-teóricos extraídos de mi investigación sobre religión y política. Se discutirá, en última instancia, plantear la posibilidad de la práctica de la antropología a partir de un desconocido fundamental, en el sentido filosófico del término. En otras palabras, de practicar la antropología a partir de una especie de no sabemos trascendental que, lejos de paralizar el trabajo de investigación, funcionaría, por el contrario, como su impulso dinámico.