A análise das mobilizações a partir da categoria "novos movimentos sociais", construída na Europa, continua sendo dominante na abordagem dos movimentos latino-americanos. Este artigo lembra, na sua primeira parte, as especificidades dos movimentos "de base" nascidos durante os anos 1970 na América Latina. Em seguida, mostra as diferenças entre os debates e as abordagens das mobilizações, de um continente para o outro. Quando, sobre a América Latina, se insistiu muito sobre os valores, as mudanças culturais e as identidades, nos Estados Unidos o enfoque foi para a análise das organizações, das estratégias e das práticas. A terceira parte do artigo mostra as consequências dessa divergência científica para a observação dos processos de institucionalização dos movimentos sociais, assim como para a análise da contestação na América Latina nos anos 2000.
The analysis of social mobilizations as "new social movements", a category built in Europe, has been dominant in the approach of Latin-American movements. This article recalls in its first part the specificities of "base movements" born in Latin-America during the 1970's. Then it shows the debates and the different approaches of social mobilizations. While, in Latin-America, the emphasis was put on values, cultural changes and identities, in the United States it was put on the analysis of organizations, strategies and practices. Finally the third part shows the consequences of this scientific divergence on the observation of the institutionalization processes of social movements, as well as on the analysis of opposition in Latin-America in the years 2000.
L'analyse des mobilisations à partir de la catégorie "nouveaux mouvements sociaux", d'abord construite en Europe, continue à être dominante pour l'approche des mouvements latino-américains. Cet article rappelle, dans sa première partie, les spécificités des mouvements "de base" nés durant les années 1970 en Amérique latine. Ensuite, il montre les différences qui existent dans les débats ainsi que dans les approches des mobilisations, d'un continent à l'autre. A propos de l'Amérique latine, on a beaucoup insisté sur la question des valeurs, des changements culturels et des identités, alors qu'aux Etats-Unis l'accent était mis sur l'analyse des organisations, des stratégies et des pratiques. La troisième partie de l'article montre les conséquences de cette divergence scientifique pour l'observation des processus d'institutionnalisation des mouvements sociaux, ainsi que pour l'analyse de la contestation en Amérique latine dans les années 2000.