OBJETIVO: As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são causas frequentes de procura por serviços de saúde. As campanhas de mídia sobre DST/Aids apoiam-se na hipótese de que há maior exposição às práticas de risco para DST na época do Carnaval. Nosso objetivo é estudar a distribuição temporal dos atendimentos de primeira vez em uma clínica de DST no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2005, visando verificar se há um aumento sazonal após o Carnaval. MÉTODOS: Selecionamos 2.646 prontuários com diagnóstico de gonorreia, sífilis e tricomoníase de pacientes que procuraram o Setor de DST da Universidade Federal Fluminense em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Na análise estatística, utilizamos observação da média padronizada do número de atendimentos para os 13 anos, mês a mês, ano a ano, observação da série suavizada pelo método Lowess e pelo método determinístico da média móvel. RESULTADOS: Os meses de julho e agosto concentraram o maior número de diagnósticos de gonorreia e sífilis e os de junho e julho, os de tricomoníase. A gonorreia apresentou um valor máximo em maio, tendendo a se reduzir até agosto. Com relação à sífilis, observou-se um número de diagnósticos constantes entre maio e agosto, havendo menor número em janeiro e fevereiro com pico em novembro. O comportamento sazonal para a tricomoníase exibiu um máximo de diagnóstico em julho com tendência consistente de redução até o mês de dezembro, e elevação a partir de janeiro. CONCLUSÃO: O Carnaval não influencia no aumento da ocorrência de gonorréia, sífilis e tricomoníase em pacientes atendidos em uma clínica de DST em Niterói, Rio de Janeiro.
OBJECTIVE: Sexually Transmitted Diseases (STD) are often the cause for search for medical assistance. Media campaigns on STD/Aids presume that exposure to sexual risk practices during Carnival is greater than in other periods of the year. The objective here is to study the temporal distribution of first consultations in a STD clinic, from January, 1993, to December, 2005, to verify whether there is a seasonal increase of STD after Carnival. METHODS: Two thousand, six hundred and fifty six (2,656) records of patients who had received a diagnosis of gonorrhea, syphilisor trichomoniasis were selected. These patients at the time had looked for assistance at the STD Division of the Universidade Federal Fluminense, in Niterói, State of Rio de Janeiro, Brazil. The standardized mean of the number of consultations during those 13 years, month by month, and year by year was observed in the statistical analysis and also smoothed series by the Lowess method and by the deterministic method of the variable mean was considered. RESULTS: July and August showed an increased number of diagnoses for gonorrhea and syphilis, while in June and July there was a concentration of trichomoniasis diagnoses. Gonorrhea presented its highest value in May, tending to a reduction until August. A constant number of syphilis diagnoses was noted between May and August, with a decreased number in January and February, reaching a peak in November. The seasonal behavior of trichomoniasis showed the greatest number of diagnoses in July, with a consistent reduction tendency until December, and an increase from January on. CONCLUSION: The Carnival period has no influence on the increase of gonorrhea, syphilis and trichomoniasis diagnoses in patients observed in a STD clinic in Niterói, Rio de Janeiro.