Resumo A realização de queimas prescritas, com diferentes objetivos de gestão e manejo, vem sendo aplicada mais frequentemente em áreas protegidas. Com o intuito de compreender o efeito do fogo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a abundância e a diversidade dos microrganismos fúngicos em resposta ao uso do fogo e incêndios florestais. As amostras de solo anterior e após a queimada foram coletadas, sendo os fungos isolados pelo método de plaqueamento, posteriormente quantificados por meio da contagem das unidades formadoras de colônia (UFC g-1) e identificados ao nível de gênero. A média de UFC g-1 não apresentou diferença significativa entre os regimes de fogo avaliados, no entanto houve diferença significativa (p<0,05) para diversidade, tendo os dois anos de incêndios ocasionado menor diversidade de gênero. Os gêneros Aspergillus e Penicillium estiveram presentes em todas as áreas amostradas, com maiores valores de UFC g-1, enquanto os gêneros Mucor e Rhizopus apresentaram os menores valores. A média de unidade formadora de colônia (UFC g-1) e diversidade antes e após a queima prescrita diferiram estatisticamente (p<0,05), sendo que a média de UFC g-1 teve redução e a diversidade apresentou aumento após a passagem do fogo em todas as áreas avaliadas. A maior redução da média de UFC g-1 ocorreu para o mês de julho. Os valores de coeficientes de correlação de Pearson obtidos demonstraram correlação negativa significativa entre a média de UFC g-1, a diversidade e a temperatura (r=0,70; r=-0,98 e p<0,05). A variável diversidade apresentou correlação negativa com a temperatura, precipitação e umidade relativa do ar (r=-0,56; r=-0,86; r=-0,86 e p<0,05), indicando que houve influência direta destas variáveis na abundância e diversidade dos fungos do solo. Os parâmetros do solo (alumínio, acidez trocável, capacidade de troca de cátions, cálcio, magnésio, cálcio e magnésio, fósforo, pH, saturação por base e de alumínio) possuem relação direta com os fungos do solo.
Abstract Prescribed burning, with different objectives of management and handling, has been applied more frequently in protected areas. In order to understand the effect of fire, this work aimed to assess the abundance and diversity of fungal microorganisms in response to the use of fire and forest fires. Soil samples before and after burning were collected, with fungi isolated by the plating method, then quantified by counting the collony-forming units (CFU g-1) and identified at the gender level. The average CFU g-1 did not present a significant difference between the evaluated fire regimes, however, there was a significant difference (p<0.05) for diversity, and the two years of fires caused less gender diversity. The genders Aspergillus and Penicillium were present in all sampled areas, with higher CFU g-1 values, whereas genders Mucor and Rhizopus exhibited the lowest values. The average colony-forming unit (CFU g-1) and diversity before and after prescribed burning differed statistically (p < 0.05), while the average CFU g-1 had a reduction and diversity showed an increase after the passage of fire in all areas evaluated. The greatest reduction in the average CFU g-1 occurred for the month of July. Pearson’s correlation coefficient values obtained demonstrated a significant negative correlation between average CFU g-1, diversity and temperature (r = 0.70; r = -0.98 and p < 0.05). The diversity variable presented negative correlation with temperature, precipitation and relative humidity (r = -0.56; r = -0.86 and p < 0.05), thus indicating that there was a direct influence of these variables on the abundance and diversity of soil fungi. The soil parameters (aluminum, exchangeable acidity, cation EXCHANGE capacity, calcium and magnesium, phosphorus, pH, base and aluminum saturation) have a direct relation with the soil fungi.