Resumo: O estudo teve como objetivos: (i) avaliar as associações entre a aptidão cardiorrespiratória (ACR), aptidão muscular (AM) e Dieta Atlântica do Sul da Europa (SEADiet) e o índice aterogênico do plasma (IAP) e (ii) investigar a associação combinada entre AM, ACR e SEADiet e IAP em adolescentes. Foi realizado um estudo transversal de base escolar em uma amostra de 493 adolescentes (285 do sexo feminino), entre 15 e 18 anos de idade, nos Arquipélago dos Açores, Portugal. A ACR foi medida pelo teste aeróbico de corrida de vai-e-vem e a AM pelos testes de abdominal modificado e de flexão. A adesão ao SEADiet foi avaliada através de um questionário semi-quantitativo de frequência alimentar. O IAP foi calculado como log(TG/HDL-C). Foram avaliadas as medidas de estágio de puberdade e de nível socioeconômico. A regressão linear revelou uma associação inversa significativa entre AM (β padronizado = -0,165; p < 0,001), ACR (β padronizado = -0,081; p < 0,030) e SEADiet (β padronizado = -0,081; p < 0,045) e IAP, depois de ajustar para idade, sexo, estágio de puberdade e escolaridade dos pais. Além disso, os participantes classificados como adesão excelente ou baixa ao padrão alimentar SEADiet mas com BaixaAM/BaixaACR, tiveram, em média, os maiores níveis de IAP (F(7,482) = 3,270; p = 0,002). O grupo com adesão excelente ao SEADiet e AltaAM/AltaACR mostrou IAP mais baixo, comparado com o grupo com baixa adesão ao padrão alimentar SEADiet e AltaAM/AltaACR (p = 0,03). O IAP está associado inversamente com AM, ACR e SEADiet. Os níveis baixos de AM e ACR parecem contrabalançar o efeito saudável potencial da adesão excelente ao padrão alimentar SEADiet sobre o IAP. Entretanto, a adesão excelente ao SEADiet parece melhorar o IAP nos adolescentes com níveis altos de aptidão física.
Abstract: We sought (i) to evaluate the associations of cardiorespiratory fitness (CRF), muscular fitness (MF) and Southern European Atlantic Diet (SEADiet) with atherogenic index of plasma (AIP) and (ii) to investigate de combined association of MF, CRF and SEADiet on AIP in adolescents. A cross-sectional school-based study was conducted on 493 adolescents (285 girls and 208 boys) aged 15-18 years, from the Portuguese Azorean Archipelago. CRF was measured by shuttle run test and MF by curl up and push up tests. Adherence to SEADiet was assessed with a semi-quantitative food frequency questionnaire (FFQ). The AIP was estimated as log (TG/HDL-C). Measures of pubertal stage and socioeconomic status were assessed. Linear regression showed a significant inverse association between MF (standardized β = -0.165; p < 0.001), CRF (standardized β = -0.081; p < 0.030) and SEADiet (standardized β = -0.081; p < 0.045) with AIP, after adjustments for age, sex, pubertal stage and parental education. Furthermore, participants classified with an optimal as well as those with low adherence to a SEADiet but with LowMF/LowCRF had on average the highest AIP (F(7.482) = 3.270; p = 0.002). Moreover, optimal SEADiet with HighMF/HighCRF group showed the lowest AIP when compared with those with low adherence to a SEADiet with HighMF/HighCRF group (p = 0.03). AIP is inversely associated with MF, CRF and SEADiet. The low MF combined with a low CRF levels seems to overcome the potential healthy effect of having an optimal adherence to the SEADiet on AIP. However, an optimal adherence to SEADiet seems to improve the AIP in those adolescents with high fitness levels.
Resumen: Nuestro objetivo (i) fue evaluar las asociaciones de las condiciones cardiorrespiratorias (CRF), musculares (MF) y de la Dieta Atlántica del Sur de Europa (SEADiet), con el índice aterogénico de plasma (AIP), así como (ii) investigar la asociación combinada de MF, CRF y SEADiet en el AIP en adolescentes. Se trata de un estudio transversal, basado escolares, que se dirigió a 493 adolescentes (285 niñas), con edades comprendidas entre los 15 a 18 años, procedentes del archipiélago portugués de las Azores. Las CRF se midieron mediante una prueba de sprint y las MF mediante pruebas con flexiones y abdominales. La adherencia a la SEADiet se evaluó con un cuestionario semicuantitativo sobre la frecuencia de las comidas. El AIP se calculó como log (TG/HDL-C). Se evaluaron las medidas de la fase puberal y el estatus socioeconómico. La regresión lineal mostró una asociación significativa inversa entre MF (β estandarizado = -0,165; p < 0,001), CRF (β estandarizado = -0,081; p < 0,030) y SEADiet (β estandarizado = -0,081; p < 0,045) con el AIP, tras los ajustes por edad, sexo, fase puberal y educación parental. Asimismo, los participantes clasificados con una adherencia muy buena, así como los que tuvieron una baja adherencia a la SEADiet, pero con BajasMF/BajasCRF contaron con el promedio más alto en el AIP (F(7.482) = 3.270; p = 0,002). Además, el grupo con una muy buena SEADiet con AltasMF/AltasCRF mostró el más bajo AIP, cuando se compara con el grupo que tenía una baja adherencia a la SEADiet con AltasMF/AltasCRF (p = 0.03). El AIP está inversamente asociado con MF, CRF y SEADiet. La baja MF, combinada con los niveles bajos de CRF, parece superar el efecto potencial saludable de contar con una muy buena adherencia a la SEADiet en el AIP. No obstante, una muy buena adherencia a la SEADiet parece mejorar el AIP en aquellos adolescentes con altos niveles de condición física.