Introdução: O cancro colorretal (CCR) é a primeira causa de morte por cancro em Portugal, com uma mortalidade que tem aumentado nos últimos 30 anos. Materiais e Métodos: Durante uma acção de sensibilização levada a cabo por profissionais de saúde do Serviço de Gastrenterologia, em Setúbal, Portugal, foi realizado um inquérito escrito, anónimo, no sentido de avaliar os conhecimentos e atitudes da população face ao CCR. Resultados: 140 indivíduos; idade média 54.6 anos; 61.4% mulheres; 22.1% tinham pelo menos 1 familiar com CCR. Os factores de risco para CCR mais referidos foram a presença de pólipos e a história familiar. A infecção intestinal foi considerada como um factor de risco para CCR por 74% dos inquiridos, sendo que o rastreio foi considerado útil por todos. Tinha sido recomendado pelo menos um exame de rastreio a cerca de 60% dos participantes, a maioria por indicação do médico assistente de medicina geral e familiar: colonoscopia total em 31, pesquisa de sangue oculto nas fezes em 44 e rectossigmoidoscopia em 9. Atendendo à idade e história familiar, a maioria efectuou um rastreio apropriado. Catorze pessoas não efectuaram o rastreio aconselhado; os motivos mais apontados foram o medo da dor/descobrir uma doença e vergonha. Conclusão: Embora a maioria dos inquiridos estivesse alerta para a importância do rastreio do CCR, persistem muitas ideias erradas em relação a factores de risco, receios e reticências quanto à realização dos exames de rastreio. Acções de sensibilização são úteis para clarificar dúvidas e informar a população no sentido de aumentar a adesão ao rastreio.
Background: Colorectal cancer (CRC) is the first cause of death by cancer in Portugal and mortality has been increasing in the last 30 years. Materials and Methods: During a raising awareness campaign performed by our Gastroenterology Department, in Setúbal, Portugal, an anonymous written questionnaire was developed and presented in order to evaluate the population’s knowledge and attitude regarding CRC screening. Results: The following results were reported: 140 persons; mean age 54.6 years; 61.4% women; 22.1% had a family history of colorectal cancer. The main risk factors mentioned by the respondents were family history of CRC, previous history of intestinal polyps, and intestinal infection. Screening was considered useful by all respondents. About 60% of the respondents had been counselled, at least, on one screening technique, mainly by their general practitioner: colonoscopy in 31, fecal occult blood test in 44, and flexible sigmoidoscopy in 9. Most of the respondents had had the appropriate screening test, according to their age and family history. Fourteen of the respondents had not undergone the recommended screening. Their answers showed that this was due to fear of pain/ discovering a disease as well as embarrassment. Conclusion: Although the majority of the respondents were aware of the importance of CRC screening, results show that there are still several misconceptions about risk factors, fear, and reluctance concerning the screening techniques. Awareness actions are useful to clarify possible questions and inform the population in order to increase compliance with screening.