La existencia y resistencia de muchas concepciones alternativas de los estudiantes se reconoce como uno de los principales problemas en la enseñanza de la teoría de la evolución. Estas concepciones suponen frecuentemente razonamientos teleológicos. De acuerdo con la perspectiva más difundida sobre este problema, la teleología no ocupa un lugar legítimo en la biología y, sobre esta base, se propone como objetivo didáctico la modificación y el reemplazo, es decir, la eliminación de las concepciones teleológicas de los estudiantes. Este ha sido el supuesto básico sobre el que se han elaborado y probado numerosas propuestas de aprendizaje por cambio conceptual cuyos resultados han sido más bien limitados. En este trabajo cuestionamos las bases epistemológicas de esta "perspectiva tradicional", proponemos un enfoque alternativo y ofrecemos algunos lineamientos para el tratamiento didáctico de este problema. Sugerimos que el lenguaje teleológico en la biología puede entenderse como una expresión de la metáfora del diseño. Dicha metáfora es adecuada porque los seres vivos parecen diseñados en virtud de su carácter adaptativo que, a su vez, se explica por ser producto de la selección natural. Sostenemos, además, que la explicación darwiniana de la adaptación es teleológica, entre otras razones porque supone apelar necesariamente a la metáfora del diseño. Discutimos el rol de las metáforas y analogías en la enseñanza de la ciencia y en el desarrollo de la ciencia misma para concluir que las metáforas son parte de la creación científica y de sus productos, las teorías científicas. Sobre estas bases sugerimos un trabajo didáctico centrado en el análisis explícito de la metáfora del diseño por parte de los estudiantes. En esta propuesta el foco está puesto en el desarrollo de las capacidades metacognitivas de los estudiantes, de modo que comprendan en qué consiste la metáfora del diseño, puedan reconocerla y puedan regular su uso. Creemos que dado el estatus problemático de la teleología en la biología y el consenso sobre el rol constitutivo y funcional en la cognición humana de este tipo de razonamientos el objetivo de que los estudiantes los abandonen no es realista ni deseable. El enfoque propuesto tiene otras virtudes, tales como aportar a la construcción por parte de los estudiantes de una imagen de ciencia más adecuada a partir del aprendizaje en relación con el rol de las metáforas en la ciencia.
The existence and resistance of many students' alternative conceptions is regarded as one of the main problems in the teaching of the theory of evolution. These conceptions frequently involve teleological reasoning. The most widely spread perspective on this problem states that teleology does not play a legitimate role in biology. Based upon this assumption, it proposes as a didactic aim the modification and replacement, that is to say, the elimination, of students' teleological conceptions. Learning by conceptual change proposals have been built and tested upon this assumption, with rather limited results. In this paper, we question the epistemological bases of this "traditional perspective", we propose an alternative approach and provide some guidelines to address this issue didactically. We also suggest that the teleological language in biology may be understood as an expression of the design metaphor. Such metaphor is suitable because organisms seem to be designed by virtue of their adaptive character, which, in turn, is a consequence of being a product of natural selection. Furthermore, we assure that Darwin's explanation of adaptation is teleological, among other reasons, because it necessarily implies to appeal to the metaphor of design. We discuss the role of metaphors and analogies in the teaching of science and in the development of science itself, in order to infer that metaphors are part of scientific creation and its products, that is, scientific theories. Consequently, we suggest a didactic work focused in the explicit analysis of the metaphor of design by students. In this proposal, the focus is on developing students' metacognitive skills, so that they can understand what the metaphor of design is, recognize it and regulate its use. We think that because of the problematic status of teleology in biology and the consensus about the constitutive and functional role played by this kind of reasoning in human cognition, it is neither realist nor desirable that students would give them up. The approach proposed has other virtues, such as contributing to students' construction of a more appropriate image of science, as a consequence of learning in connection with the role of metaphors in science.
A existência e resistência de muitas concepções alternativas dos alunos se reconhecem como um dos principais problemas no ensino da teoria da evolução. Estas concepções supõem com frequência argumentações teleológicas. De acordo com a perspectiva mais difundida acerca deste problema, a teleologia não ocupa um lugar legitimo na biologia e, sobre esta base, se propõe, como objetivo didático a modificação das concepções teleológicas dos alunos. Isto foi o suposto básico sobre o qual muitas propostas de aprendizagem por mudança conceitual foram feitas; os resultados foram bastante limitados. Neste trabalho questionamos as bases epistemológicas desta "perspectiva tradicional", propomos uma abordagem alternativa e oferecemos algumas orientações para o tratamento didático de este problema. Sugerimos que a linguagem teleológica na biologia pode ser entendida como uma expressão da metáfora do design. Essa metáfora é apropriada porque os seres vivos parecem concebidos com caráter adaptativo, o que, por sua vez, é consequência de ser um produto da seleção natural. Afirmamos, alem disso, que a explicação darwiniana da adaptação é teleológica, entre outras razoes, porque necessariamente deve apelar para a metáfora do design. Discutimos o papel das metáforas e analogias no ensino da ciência e no desenvolvimento da propia ciência, para concluir que as metáforas fazem parte da criação científica e também dos seus produtos, as teorias científicas. Sobre estas bases sugerimos um trabalho didático focado na análise explicito da metáfora do design pelos alunos. Nesta proposta, o foco está no desenvolvimento das habilidades metacognitivas dos alunos para que eles entendam o que é a metáfora do design, conseguindo reconhocer-la e regulando a sua utilização. Acreditamos que, dado o estatus problemático da teleologia na biologia e o consenso sobre o papel constitutivo e funcional na cognição humana deste tipo de raciocínios, não é realista nem desejável que sejam abandonados pelos alunos. A abordagem apresentada tem outras virtudes, tais como contribuir para a construção pelos alunos de uma imagem de ciência mais adequada partindo do aprendizagem relativo ao papel das metáforas na ciência.