RESUMO As tarefas de fluência verbal são frequentemente utilizadas na avaliação neuropsicológica, destacando-se pela facilidade de aplicação e boa sensibilidade ao comprometimento cognitivo incipiente. No entanto, na Argentina, a disponibilidade de padrões atualizados é limitada, especialmente pela variante de fluência de ações. Assim sendo, a evidência de validade é escassa. Objetivos: Obter normas argentinas para três tarefas de fluência verbal e analisar sua validade convergente. Métodos: Usando um método de amostragem não probabilística, 303 argentinos de uma população não clínica (idade M=66,8, 50–91 anos) foram recrutados para participar deste estudo. Foram excluídos aqueles com condições médicas que pudessem comprometer o desempenho neuropsicológico. Três tarefas de fluência verbal (ou seja, fonológica, semântica e ações), o teste Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e o teste Digit Span-WAIS III foram administrados. Correlações e regressão múltipla foram realizadas posteriormente. Resultados: A escolaridade e a idade explicaram significativamente 11,8% da variância da fluência fonológica, 15,8% da variância da fluência semântica e 20,2% da variância da fluência de ações. Assim, os dados normativos variaram de acordo com a escolaridade e a faixa etária, com limite de desempenho normal entre 9 e 14 para fluência fonológica, 11 e 18 para fluência semântica e 8 e 17 para fluência de ações. Foram obtidas correlações positivas entre todas as tarefas de fluência verbal, bem como entre estas, o teste MoCA e o Digit Span. Conclusões: Este estudo apoia a aplicabilidade de três tarefas de fluência verbal no contexto argentino, fornecendo normas corrigidas por idade e educação e evidências aceitáveis de validade convergente.
Abstract Verbal fluency tasks are frequently used in neuropsychological assessment, standing out for their easy application and good sensitivity to early cognitive impairment. However, in Argentina, the availability of updated norms is limited, especially for the action fluency variant. There is also little evidence of validity. Objectives: The aim of this study was to obtain Argentine norms for three verbal fluency tasks and to analyze their convergent validity. Methods: Using a nonprobability sampling method, 303 Argentines from a nonclinical population (age mean=66.8, 50–91 years) were recruited to participate in this study. Those with medical conditions that could compromise neuropsychological performance were excluded. Three verbal fluency tasks (i.e., phonological, semantic, and action), the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) test, and the Digit Span-WAIS III test were administered. Correlations and multiple regressions were subsequently performed. Results: Education and age significantly explained 11.8% of the variance in phonological fluency, 15.8% of the variance in semantic fluency, and 20.2% of the variance in action fluency. Hence, the normative data varied according to educational level and age group, with normal performance limit values between 9 and 14 for phonological fluency, 11 and 18 for semantic fluency, and 8 and 17 for action fluency. Positive correlations were obtained between all verbal fluency tasks, as well as between the MoCA test and the Digit Span test. Conclusions: This study supports the applicability of three verbal fluency tasks in an Argentine context by providing age- and education-corrected norms and acceptable evidence of convergent validity.