CONTEXTO E OBJETIVO: Alguns fatores parecem influenciar a gravidade dos distúrbios de fala em crianças com transtorno fonológico. O objetivo foi comparar índices de gravidade e fatores correlatos. DESENHO E LOCAL: Observacional, analítico, transversal. Curso de Fonoaudiologia, Universidade de São Paulo. MÉTODO: Cinqüenta crianças com transtorno fonológico, entre 4 e 11 anos. Calcularam-se os índices nos testes de fonologia e correlacionaram-nos com dados de anamnese e audiometria. O teste t de Student e a correlação de Spearman compararam a Porcentagem de Consoantes Corretas (PCC) e a Densidade de Processos Fonológicos (DPF) em crianças com e sem otite e história de infecções de vias aéreas superiores, alteração de audiometria, se eram ou não compreendidas na época da avaliação e quando começaram a falar e a idade em que começaram a falar e na avaliação. RESULTADOS: Quanto mais velha a criança na avaliação, maior a PCC (correlação de Spearman: 0,468, imitação; 0,431, nomeação) e menor a DPF (0,459, imitação; 0,431, nomeação); quanto mais tarde a criança começou a falar, menor a PCC (imitação p = 0,064; nomeação p = 0,050) e maior a DPF (imitação p = 0,067; nomeação p = 0,042). Observaram-se diferenças nas crianças com e sem infecções de vias aéreas (PCC: imitação: p = 0,016; nomeação: p = 0,005; DPF: imitação: p = 0,014 e nomeação: p = 0,008). Não houve diferença quanto à otite, compreensão na avaliação e audiometria. CONCLUSÃO: Crianças com história de infecções de vias aéreas e que começaram a falar mais tarde apresentaram maior comprometimento de índices de gravidade.
CONTEXT AND OBJECTIVE: Some factors seem to influence speech impairment among phonologically disordered children. The aim was to compare severity indices with some correlated factors. DESIGN AND SETTING: Observational, analytical and cross-sectional study conducted within the Language-Speech-Hearing Sciences Course, Universidade de São Paulo. METHOD: Fifty phonologically disordered children with ages ranging from 4 to 11 years took part. The indices were calculated from phonology tests and were correlated with anamnesis and audiological data. Student’s t test and Spearman’s correlation were used to compare percentages of consonants correct (PCC) and process density index (PDI) for children with and without otitis, upper respiratory histories and audiological abnormalities, with regard to whether or not they were comprehended during assessment, their ages when they started to speak and their ages at the assessment. RESULTS: The higher the age at the assessment was, the higher the PCC (imitation: 0.468; naming: 0.431; Spearman’s correlation) and the lower the PDI (imitation: 0.459; naming: 0.431); the later the child started to speak, the lower the PCC (imitation p = 0.064; naming p = 0.050) and the higher the PDI (imitation p = 0.067; naming p = 0.042). There were differences between groups with and without upper respiratory history (PCC: imitation p = 0.016, naming p = 0.005; PDI: imitation p = 0.014, naming p = 0.008). There was no difference between the groups regarding otitis, comprehension during the assessment and audiological data. CONCLUSIONS: Children with upper respiratory histories who began to speak later presented more severe speech impairment indices.