Resumo Dentre as teorias mais aceitas de como surgiu a fauna de oceano profundo está a de que organismos de águas rasas migraram para águas mais profundas e lá especiaram até originarem as comunidades de mar profundo atuais. No entanto, muitos organismos são impedidos de fazer longas migrações verticais por conta do aumento da pressão hidrostática. Larvas da ascídia Polyandrocarpa zorritensis foram submetidas a pressões de 1, 50, 100 e 200 atm. Taxas de sobrevivência, assentamento e metamorfose foram avaliadas após incubação de 24 horas em uma câmara de pressão. A maioria das larvas assentou (84%, 62%, 83% e 77%, respectivamente) e completou a metamorfose (93%, 59%, 85% e 60%) em todas as pressões. A mortalidade ficou abaixo de 15% para todas as pressões, com exceção do tratamento de 50 atm, em que a mortalidade ficou em 38%. Quase 100% das larvas sobreviventes completaram a metamorfose nos tratamentos de 1, 50 e 100 atm. No entanto, para o tratamento de 200 atm, 1/3 dos indivíduos ainda estavam no desenvolvimento larval e apresentaram um desenvolvimento atrasado. Esses resultados sugerem que larvas de ascídia podem suportar valores de pressão hidrostática que são encontrados no oceano profundo. Portanto, é provável que as atuais espécies de ascídias de oceano profundo podem tê-lo colonizado por meio de migrações verticais em algumas gerações.
Abstract How deep-sea fauna evolved is a question still being investigated. One of the most accepted theories is that shallow water organisms migrated to deeper waters and gave origin to the deep-sea communities. However, many organisms are prevented from performing long vertical migrations by the increasing hydrostatic pressure. Tadpole larvae of the ascidian Polyandrocarpa zorritensis were submitted to pressure treatments of 1, 50, 100 and 200 atm. Survival, settlement and metamorphosis rates were verified after 24 hour incubation in a pressure chamber. The majority of larvae settled (84%, 62%, 83% and 77% respectively) and successfully underwent metamorphosis (93%, 59%, 85% and 60%) in all pressure treatments. Larval mortality was of less than 15% in all treatments, except for the 50 atm treatment, which presented 38% mortality. Nearly 100% of the surviving larvae underwent metamorphosis in the treatments of 1, 50 and 100 atm. However, 1/3 of the individuals were still in their larval stages in the 200 atm treatment and presented delayed development. These data suggest that ascidian larvae can withstand the hydrostatic pressure levels found in the deep-sea. It is therefore feasible that the current abyssal ascidian species may have colonized the deep-sea through vertical migration and in only a few generations.