Resumo Contexto O trauma vascular acomete frequentemente os membros inferiores; entretanto, ainda há dúvidas sobre quais fatores levam a desfechos desfavoráveis. Objetivos Determinar o perfil das vítimas de traumatismo femoropoplíteo, o tratamento utilizado e fatores relacionados a desfechos desfavoráveis. Métodos Estudo retrospectivo, baseado em prontuários de pacientes operados entre 2017 e 2021. Foram analisados: sexo, idade, distância percorrida para atendimento, mecanismo de trauma, presença de choque hipovolêmico, lesões associadas, tratamento, realização de fasciotomia, decisões intraoperatórias inadequadas e índice de severidade de trauma. Necessidade de reintervenção, amputação e óbito foram considerados desfechos desfavoráveis. Foram utilizadas análises univariadas, bivariadas e regressão logística. Resultados Noventa e quatro pacientes foram selecionados, sendo 83% homens, com idade média de 30,8 anos. Lesões arteriais e venosas simultâneas ocorreram em 57,5% dos casos; vasos femorais superficiais foram mais acometidos (61,7%), e mecanismos penetrantes, mais prevalentes (80,9%). Lesões arteriais foram frequentemente tratadas com enxerto venoso (59,6%), e lesões venosas foram submetidas à ligadura (81,4%). Em 15% houve decisões cirúrgicas inadequadas, sendo o uso da safena magna ipsilateral para reconstrução arterial a mais comum. Ocorreram desfechos desfavoráveis em 44,7% dos casos; em 21,3%, foi necessária reintervenção; amputação em 25,5%; e ocorreu óbito em 9,5% dos pacientes. Conclusões As lesões acometeram principalmente homens jovens, vítimas de ferimento por arma de fogo. Vasos femorais superficiais foram os mais lesados, e traumatismos não vasculares concomitantes foram frequentes, principalmente fraturas. Decisões cirúrgicas inadequadas aumentaram em 34 vezes a necessidade de reintervenções. Necessidade de realização de fasciotomia, presença de fratura/luxação, mecanismo contuso de trauma e lesão de artéria poplítea aumentaram o risco de amputação. inferiores entretanto femoropoplíteo retrospectivo 201 2021 analisados sexo atendimento hipovolêmico associadas fasciotomia reintervenção univariadas logística selecionados 83 308 30 8 30, anos 575 57 5 57,5 casos 61,7%, 617 61,7% , 61 7 (61,7%) penetrantes 80,9%. 809 80,9% . 80 9 (80,9%) 59,6%, 596 59,6% 59 6 (59,6%) 81,4%. 814 81,4% 81 4 (81,4%) 15 comum 447 44 44,7 213 21 3 21,3% 25,5% 255 25 95 9,5 jovens fogo lesados frequentes fraturas reintervenções fraturaluxação fratura luxação fratura/luxação 20 202 57, 61,7 (61,7% 80,9 (80,9% 59,6 (59,6% 81,4 (81,4% 1 44, 2 21,3 25,5 9, 61, (61,7 80, (80,9 59, (59,6 81, (81,4 21, 25, (61, (80, (59, (81, (61 (80 (59 (81 (6 (8 (5 (
Abstract Background Lower limbs are frequently involved in vascular trauma, but it is still not clear which factors lead to unfavorable clinical outcomes. Objectives To determine the clinical profile of patients with femoropopliteal injuries, the trauma mechanisms, and treatment and identify which factors led to unfavorable outcomes. Methods A retrospective study based on the medical records of patients treated from 2017 to 2021. The following data were assessed: sex, age, distance to reach the hospital, trauma mechanism, hypovolemic shock, additional injuries, treatment of vascular injuries, whether fasciotomy was needed, inappropriate intraoperative decisions, and injury severity score. Need for surgical reintervention, amputation, and death were defined as unfavorable outcomes. Univariate, bivariate, and logistic regression analyses were conducted. Results The sample comprised 94 patients; 83% were men; mean age was 30.8 years; combined arterial and venous injuries prevailed (57.5%); and superficial femoral vessels were the most affected (61.7%). Penetrating mechanisms prevailed (80.9%). Arterial injuries were most frequently treated with venous graft (59.6%) and venous injuries underwent ligation (81.4%). In 15% of cases, inappropriate surgical decisions were detected; most often use of the ipsilateral great saphenous vein for arterial reconstruction. Unfavorable outcomes occurred in 44.7%: surgical reintervention was necessary in 21.3% and limb amputation in 25.5%, while 9.5% of the patients died. Conclusions These injuries mainly involved young men, victims of gunshot wounds. Superficial femoral vessels were the most injured; concomitant non-vascular trauma was frequent, mainly fractures. Inappropriate surgical decisions increased the need for reinterventions by 34 times. Need for fasciotomy, presence of fracture/dislocation, blunt trauma mechanism, and popliteal artery injury increased the risk of amputation. 201 2021 assessed sex hospital mechanism shock needed score Univariate bivariate conducted 9 83 men 308 30 8 30. years 57.5% 575 57 5 (57.5%) 61.7%. 617 61.7% . 61 7 (61.7%) 80.9%. 809 80.9% 80 (80.9%) 59.6% 596 59 6 (59.6% 81.4%. 814 81.4% 81 4 (81.4%) 15 cases detected reconstruction 44.7% 447 44 213 21 3 21.3 255 25 25.5% 95 9.5 died wounds injured nonvascular non frequent fractures times fracturedislocation fracture dislocation fracture/dislocation 20 202 57.5 (57.5% 61.7 (61.7% 80.9 (80.9% 59.6 (59.6 81.4 (81.4% 1 44.7 2 21. 25.5 9. 57. (57.5 61. (61.7 80. (80.9 59. (59. 81. (81.4 44. 25. (57. (61. (80. (59 (81. (57 (61 (80 (5 (81 (6 (8 (