OBJETIVO: Estudos populacionais sobre sonolência diurna excessiva (SDE) em idosos conduzidos em países em desenvolvimento são escassos. A proposta do presente trabalho é estimar a prevalência de SDE e sua associação com características sociodemográficas e estilo de vida em idosos residentes em uma cidade brasileira. MÉTODOS: Este estudo foi conduzido na cidade de Bambuí, localizada no Estado de Minas Gerais. SDE foi definida como presença de sonolência no último mês ocorrendo pelo menos três vezes por semana, com prejuízo das atividades. As variáveis exploratórias foram sexo, idade, cor da pele, estado civil, escolaridade, ocupação, religião, migração recente, tabagismo, uso excessivo de álcool e prática de atividade física. RESULTADOS: Entre os 1.742 residentes com 60 anos ou mais, 1.514 (86,9%) participaram. A prevalência de SDE foi 13%. Após ajustamento por fatores de confusão, sexo feminino e menor escolaridade permaneceram positivamente associadas à SDE. CONCLUSÕES: A prevalência de SDE na população do estudo encontra-se dentro da faixa observada em estudos conduzidos em países desenvolvidos. Um achado relevante foi a associação de SDE com escolaridade, indicando que mesmo em uma população de menor nível de escolaridade, este é um fator importante na distribuição de SDE.
OBJECTIVE: Population-based studies on excessive daytime sleepiness (EDS) in older adults living in less developed countries are scarce. The purpose of this paper was to estimate the prevalence of EDS and its association with sociodemographic characteristics and lifestyle factors in Brazilian community-dwelling older adults. METHODS: The study was carried out in Bambuí, a city in the state of Minas Gerais, Brazil. EDS was defined as the presence of sleepiness in the last month occurring three or more times per week, with any interference in usual activities. The exploratory variables were: gender, age, skin color, marital status, schooling level, current employment status, religion, recent migration, smoking, binge drinking and physical activities during leisure time. RESULTS: Of 1,742 residents aged > 60 years, 1,514 (86.9%) participated. The prevalence of EDS was 13%. After adjustment for confounders, female gender and low schooling level remained positively and independently associated with EDS. CONCLUSIONS: The prevalence of EDS in the study population was within the range observed in studies carried out in developed countries. The most impressive finding was the association of EDS with schooling, indicating that even in a population with low levels of schooling, this was an important factor to explain the distribution of EDS.