Um projeto piloto para o controle da filariose bancroftiana foi desenvolvido em duas áreas do Recife, com índices iniciais de prevalência de microfilaremia de 10%. Nas duas áreas, foi aplicado tratamento em massa com doses baixas de dietilcarbamazina. Em uma das áreas, esse tratamento foi associado ao controle do vetor, integrando medidas físicas, como o uso de camadas flutuantes de esferas de poliestireno, ao tratamento periódico dos criadouros com a bactéria entomopatógena Bacillus sphaericus. Como resultado, a densidade populacional do vetor, da ordem de sessenta a 120 Culex/quarto/noite antes das intervenções, foi drasticamente reduzida, mantendo-se, durante dois anos, em valores entre quatro e 16 Culex/quarto/noite. Neste contexto, as ações para envolver a comunidade escolar local no controle do vetor resultaram na realização de atividades curriculares e extraclasses, culminando com a participação efetiva de grupos de alunos ("Vigilantes de Vetores") na aplicação das medidas de controle e na divulgação de conhecimentos básicos sobre a biologia do Culex quinquefasciatus. O entusiástico envolvimento de professores e alunos mostrou ser a escola um espaço aberto à participação em programas desta natureza.
A pilot study for the control of Bancroftian filariasis transmission was developed in two areas of Recife, Brazil, where microfilaraemic prevalence was 10% in 1991. Mass treatment with diethylcarbamazine (DEC) using low and spaced doses was employed in both areas. In one such instance, DEC therapy was associated with vector control using physical measures and periodic treatment of Culex breeding sites with the entomopathogen Bacillus sphaericus. The vector population density, reaching 60 120 Culex/room /night before the intervention, was drastically reduced to 4 16 Culex/room/night, and maintained at this level for more than two years. Actions to engage the local school community in the vector control process were implemented, and as a consequence several classroom and extracurricular activities were put into practice, culminating with the effective participation of a team of students called the "Vector Vigilantes", in the application of control measures against the vector. The enthusiastic involvement of schoolteachers and students pointed to schools as a place amenable to programs such as this.