Com o objetivo de avaliar a inter-relação das variáveis demográficas, terapêutica insulínica e controle glicêmico no diabetes do tipo 1 (DM1), foram estudados 86 pacientes (44 F / 42 M), de 21,8±10 anos, 10 (11,6%) pré-púberes, 22 (25,6%) púberes e 54 (62,8%) adultos, com duração do DM de 8,6±7,1 ano e idade do diagnóstico de 13,2±8,5 anos, acompanhados durante o ano de 1997. O número de consultas anuais foi de 3,6±2,2, sem associação com sexo, raça e estágio de Tanner. A dose de insulina total foi de 0,9±0,4 U/kg/dia sendo que 72 deles (83,7%) utilizavam duas injeções por dia; 39 (45,3%) utilizavam insulina de ação rápida dos quais 36 (92,3%) em combinação com insulina de ação intermediária matinal. Na análise de regressão múltipla apenas a HbA1C influenciou a dose de insulina (r=0,45; r²=0,21; p<0,001). A HbA1C foi de 8,4±1,9%, sendo os maiores níveis observados no estágio 4, em comparação aos estágios 1, 2, 3 e 5 de Tanner, respectivamente (10,5±2,4 vs 7,6±1,4 vs 8,9±2,1 vs vs 8,3±2,4 vs 8,2±1,8%; p= 0,02). As adolescentes apresentaram maior HbA1C e IMC que os adolescentes: 10,5±2,5 vs 8,3±2,0% (p= 0,02) e 19,4±1,9 vs 18,3±2,2 kg/m² (p= 0,04), respectivamente. O controle glicêmico foi considerado bom em 50% e péssimo em 31,4% dos pacientes. Concluímos que na amostra estudada houve uma piora do controle glicêmico no estágio final da puberdade, independente do número de consultas e das variáveis demográficas analisadas, e que o elevado número de pacientes com controle péssimo deverá nortear mudanças das estratégias terapêuticas.
To evaluate the relationship between demographic variables, insulin therapy and glycemic control in type 1 diabetes mellitus (DM1), we studied 86 patients (44 F/ 42 M), aged 21.7±10 years: 10 (l 1.6%) pre-pubertal, 22 (25.6%) pubertal and 54 (62.8%) adults, with DM duration of 8.6+7.1 y and age at diagnosis of 13.2±8.5y. The number of clinic visits was 3.6±2.2 per year, with no association with gender, race and Tanner stage. Total insulin dose was 0.9±0.4 U/kg/day: 72 (83.7%) of the patients were using two daily injections; 39 (45.3%) were on fastacting insulin with 36 (92.3%) of them combined with a morning dose of intermediate- acting insulin. Multiple regression analysis showed that only HbA1C had influenced the insulin dose (r=0.45; r²=0.21; p<0.001). HbA1C was 8.4±1.9%, with higher leveis in stage 4 as compared to stages 1, 2, 3 and 5, respectively (10.5±2.4 vs 7.6±1.4 vs 8.9±2.1 vs. 8.3±2.4 vs 8.2±1.8%; p= 0.02). Pubertal females had higher HbAlc and BMI than males: 10.5±2.5 vs 8.3±2.0%; p= 0.02) and 19.4±1.9 vs 18.3±2.2 kg/m² (p= 0.04), respectively. Glycemic control was considered good in 43 (50%) and poor in 27 (31.4%) patients. In conclusion, glycemic control in this study sample had worsened at the end of puberty, independent of the number of clinic visits and of all demographic variables analysed.The high number of patients with poor control must also be considered.