O ensaio resgata a noção de trabalho alienado, considerando o seu valor heurístico para compreender, mais profundamente, as interconexões entre os fundamentos do trabalho e os atuais desafios da crise social e ambiental. As atuais interrogações sobre o trabalho conduzem à abordagem da precarização social, da perda de direitos, dos danos à saúde e ao meio ambiente, evidências, por si só, de uma profunda alienação social. A partir de uma breve retrospectiva histórica das sociedades urbano-industriais capitalistas - em que se destaca o crescente desacordo dos tempos sociais com os ciclos da natureza e com a plasticidade ou limites biopsicossociais dos indivíduos -, propõe-se uma releitura dos quatro aspectos do conceito de alienação de Marx. As interligações entre alienação e o conceito bourdieusiano de habitus, entre precarização social e destruição ambiental são, por fim, sintetizadas nas noções de despertencimento social e de desenraizamento em relação à Natureza, processos característicos da civilização contemporânea.
This essay recalls the notion of alienated labor, given its heuristic value to understand more deeply the interconnections between the fundamentals of labor and the current challenges to the social and environmental crisis. Current questions about labor lead to the approach of social precarization, loss of rights, damage to health and the environment, evidence in itself, of a profound social alienation. From a brief historical overview of urban-industrial capitalist societies - which highlights the growing disagreement of social times with the cycles of nature and the plasticity or biopsychosocial limits of individuals - it is proposed to reconsider the four aspects of Marx's alienation concept. The interconnections between alienation and the Bourdieusian concept of habitus, between social precarization and environmental destruction are finally summarized in the notions of social unbelonging and uprooting in relation to nature, processes characteristic of the contemporary civilization.
Cet essai reprend la notion de travail aliéné, vu sa valeur heuristique, pour mieux comprendre les interconnexions entre les principes fondamentaux du travail et les défis actuels de la crise sociale et environnementale. Les questions qu'on se pose actuellement à propos du travail mènent à une approche de la précarité sociale, de la perte de droits, des dommages pour la santé et pour l'environnement, preuves en soi d'une profonde aliénation sociale. À partir d'une brève rétrospective historique des sociétés urbaines et industrielles capitalistes - qui souligne un croissant désaccord entre les temps sociaux et les cycles de la nature ainsi qu'avec la plasticité ou les limites biopsychosociales des individus - on propose de revoir les quatre aspects du concept d'aliénation de Marx. Les interconnexions entre l'aliénation et le concept d'habitus de Bourdieu, entre la précarisation sociale et la destruction de l'environnement, sont finalement résumées dans les notions de non-appartenance sociale et de déracinement par rapport à la Nature, processus caractéristiques de la civilisation contemporaine.