O aprendizado é um processo complexo, dinâmico, estruturado a partir de um ato motor e perceptivo, que, elaborado corticalmente, dá origem à cognição. O equilíbrio é função neurológica importante para a manutenção de posturas adequadas, imprescindíveis no ato de aprender, indicativo de maturidade neurológica. OBJETIVO: Estudar a função vestibular em crianças com dificuldades escolares. ESTUDO DE CASO: Estudo clínico com coorte transversal. MATERIAL E MÉTODO: Foram estudadas 88 crianças entre 7 e 12 anos, que freqüentavam escolas públicas da cidade de Piracicaba durante os anos de 2004 e 2006. Os procedimentos utilizados foram: a anamnese; exame otorrinolaringológico; exame audiológico e avaliação vestibular. RESULTADOS: Das crianças avaliadas, 51,0% não relataram dificuldades escolares e 49,0% referiram ter dificuldades escolares. Encontramos 73,3% de exame vestibular normal nas crianças sem dificuldades escolares e 32,6% de normalidade nas crianças com dificuldades escolares. Encontramos alterações vestibulares de origem periférica irritativa tanto unilateral como bilateral, perfazendo um total de 67,4% para as crianças com dificuldades escolares e um total de 26,7% para crianças sem dificuldades escolares. CONCLUSÃO: Todas as alterações vestibulares encontradas foram de origem periférica irritativa. Os dados revelaram uma relação estatisticamente significante nas crianças com dificuldades escolares.
Learning is a complex, dynamic process, structured from motor and perception skills which, when cortically processed, give birth to cognition. Balance is a fundamental neurological function that helps us maintain proper postures, an essential factor in learning and a sign or neurologic maturity. AIM: this paper aims to study vestibular function in children underperforming at school. STUDY DESIGN: this is a cross-sectional study. MATERIALS AND METHOD: eighty-eight children with ages ranging between 7 and 12 years attending the public schools of Piracicaba from 2004 to 2006 were enrolled. All children were interviewed, submitted to ENT examination, hearing tests, and vestibular examination. RESULTS: fifty-one percent of the participants had no reported difficulties at school, whereas 49.0% were underperforming at school. Under vestibular examination, 73.3% of the children performing well at school had normal findings, whereas 32.6% of the underperforming children had normal test results. Unilateral and bilateral irritative peripheral vestibular alterations were found in 67.4% of the underperformers and in 26.7% of the children not experiencing difficulties at school. CONCLUSION: all vestibular alterations found had an irritative peripheral origin. There was a statistically significant association between vestibular alteration and poor performance at school.