Resumo: O objetivo deste texto é contribuir ao avanço do conhecimento sobre Gestão de Operações Internacionais na era digital. As teorias e modelos que tratam de como as multinacionais organizam suas operações internacionais foram gerados nos anos 1990, uma época em que Kasra Ferdows escreveu seu artigo seminal na revista HBR intitulado “Making the Most of Foreign Factories” (Tirando o máximo das fábricas estrangeiras). Apesar das críticas, esse modelo simples e inspirador, fruto da experiência de Ferdows, ainda permanece como um paradigma, mas deve ser atualizado para se alinhar às características do mundo digital. Neste texto de construção de teoria, nós descrevemos como a transformação digital vai modificar a localização, coordenação e papel das unidades organizacionais que constituem a rede internacional interna das empresas multinacionais. Primeiro, nós sintetizamos as tendências em três enunciados que são contrastados com os pressupostos do modelo de Ferdows, revelando uma nova taxonomia - a RIMDC – Rede Interna Multinacional Digitalmente Capacitada. Em seguida, nós mostramos evidências coletadas da literatura recente em diferentes campos de gestão. Este artigo traz novas perspectivas para o entendimento da forma na qual as multinacionais reorganizam as suas operações, hoje e no futuro, em tempos de desglobalização acelerada pela pandemia.
Abstract: The purpose of this paper is to contribute to the advancement of International Operations Management in the digital era. Theories and models that address how multinationals organize international operations were generated in the 1990s, a time when Kasra Ferdows wrote his HBR’s seminal article “Making the Most of Foreign Factories”. Despite the critiques, that simple and insightful model, a fruit of Ferdows’ experience, remains as paradigm but must now be updated to become aligned to the features of the digital world. In this theory-building paper, we disclose how Digital Transformation will change the location, coordination, and role of the organizational units that constitute the multinational’s inner international network (IIN). We first synthesize the digital trends into three statements that are contrasted with the assumptions of Ferdows’ model, leading to a new taxonomy. We then display pieces of evidence collected from the recent literature in different management fields. This article brings new perspectives for the understanding of how multinationals reorganize their operations, now and in the future, in times of deglobalization accelerated by pandemics.