Objetivo: Conduzir uma revisão sistemática sobre resiliência psicológica e/ou hardiness em militares, explorando seus aspectos psicossociais, neurobiológicos, preditores e promotores. Métodos: Utilizaram-se as bases de dados PubMed/MedLine, ISI/Web of Science e PsycINFO, incluindo artigos empíricos publicados nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola até maio de 2012. Os seguintes termos foram utilizados: “militar*”, “Army”, “war”, “veteran*”, “resilien*” e “hardiness”. Resultados: Foram incluídos 32 estudos selecionados a partir de 1.205 artigos. O foco da maioria das pesquisas recai sobre a correlação resiliência/hardiness e aspectos psicossociais. Confirmou-se o papel protetivo da resiliência/hardiness quanto ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), assim como a associação direta entre resiliência e saúde. Neuropeptídeo Y (NPY) e deidroepiandrosterona (DHEA) foram os biomarcadores mais estudados. Os níveis de NPY no plasma podem representar um correlato biológico de resiliência ou recuperação dos efeitos adversos do estresse. Somente dois estudos abordaram fatores preditores de resiliência em amostras militares, sugerindo ser a exposição a situações adversas, o apoio social e o gênero fatores considerados preditores desse construto. Apenas um estudo avaliou a eficiência de intervenção para fortalecer a resiliência. Conclusão: Apesar da crucial relevância da resiliência, há poucos estudos em amostras militares. Estudos neurobiológicos como os do NPY são promissores. A ausência de ensaio randomizado controlado avaliando eficácia de intervenções promotoras da resiliência demonstra como esse construto vem sendo negligenciado nessa profissão de risco, constituindo área prioritária para foco de estudos futuros.
Objective: Conducting a systematic review about psychological resilience and/or hardiness within the military personnel, exploring its psychosocial, neurobiological, predicting and promoting aspects. Methods: The databases PubMed/MedLine, ISI/Web of Science and PsycINFO were used, including empirical articles published in English, Portuguese and Spanish until May of 2012. The following terms were used: “militar*”, “Army”, “war”, “veteran*”, “resilien*” and “hardiness”. Results: Thirty-two studies were included, after being selected out of 1,205 articles. In the majority of research studies, the focus is on the correlation between resilience/hardiness and psychosocial aspects. The protective role of resilience/hardiness with relation to PTSD, as well as the direct association between resilience and health, has already been proved. Neuropeptide Y (NPY) and dehydroepiandrosterone (DHEA) have been the most researched biomarkers. NPY levels in plasma can represent a biological correlate for resilience or recovery from the adverse effects caused by stress. Only two studies have been conducted about resilience-predicting factors within military samples, indicating exposition to adverse situations, social support and gender as predicting factors for such construct. Only one study has evaluated the efficiency of a resilience-strengthening intervention. Conclusion: Despite the crucial relevance of resilience, few studies have been conducted in military samples. Neurobiological studies, such as the ones about NPY, are promising. The absence of a controlled randomized trial evaluating the efficacy of resilience-promoting interventions demonstrates how this construct has been neglected within this risky profession, which should be a priority focus area for future studies.