Resumo O peróxido de hidrogênio (H2O2) é capaz de penetrar pelos tecidos dentários, alterando a coloração destes, e causar danos a polpa. Este estudo avaliou a penetração por esmalte e dentina, a alteração de cor e a reposta tecidual pulpar, provocadas pelo uso de duas concentrações de H2O2 em protocolos de clareação dentária de consultório. Discos de dentes bovinos em câmaras pulpares artificiais receberam géis clareadores para avaliação da penetração por esmalte e dentina e da alteração de cor, formando os grupos: BLU (H2O2 20% - 1x50 min, Whiteness HP Blue); MAX (H2O2 35% - 3x15 min, Whiteness HP Maxx); e Controle (gel placebo - 1x50 min). A penetração por esmalte e dentina foi quantificada baseada na reação do H2O2 com o corante violeta leucocristal, e a alteração de cor foi analisada pelo sistema CIELab. Vinte ratos Wistar foram divididos em dois grupos (BLU e MAX), e tiveram os molares direito superiores tratados com os mesmos protocolos do estudo in vitro; os molares superiores do lado esquerdo serviram de controle. Após 2 dias, os animais foram eutanasiados e as maxilas examinadas por microscopia de luz. Foram atribuídos escores ao infiltrado inflamatório (1, ausente; 2, leve; 3, moderado; 4 severo ou necrose). Os dados foram submetidos a testes estatísticos (=0,05). O grupo MAX apresentou maior penetração de H2O2 por esmalte e dentina (p<0,05). A alteração de cor foi semelhante nos grupos clareados (p>0,05), mas diferente quando comparados grupos clareados com controle (p<0,05). MAX apresentou inflamação severa nos terços superiores da polpa coronária, e BLU apresentou inflamação moderada (p<0,05). Assim, protocolo para procedimento clareador de consultório utilizando baixas concentrações de H2O2 deve ser de escolha na clínica, por reduzir a penetração por esmalte e dentina, causando menos danos à polpa, e proporcionar mesma eficiência clareadora.
Abstract Hydrogen peroxide (H2O2) penetrates into the dental hard tissues causing color alteration but also alterations in pulpal tissues. Hard-tissue penetration, color alteration and the pulp response alterations were evaluated for two in-office bleaching protocols with H2O2. For trans-enamel/dentin penetration and color alteration, discs of bovine teeth were attached to an artificial pulp chamber and bleached according to the groups: BLU (20% H2O2 - 1x50 min, Whiteness HP Blue); MAX (35% H2O2 - 3x15 min, Whiteness HP Maxx); Control (1x50 min, placebo). Trans-enamel/dentin penetration was quantified based on the reaction of H2O2 with leucocrystal violet and the color analyzed by CIELab System. Twenty Wistar rats were divided into two groups (BLU and MAX) and their maxillary right molars were treated according to the same protocols of the in vitro study; the maxillary left molars were used as controls. After 2 days, the animals were killed and their maxillae were examined by light microscopy. The inflammation of pulp tissue was scored according to the inflammatory infiltrate (1, absent; 2, mild; 3, moderate; 4, severe/necrosis). Data were analyzed by statistical tests (α=0.05). MAX showed higher trans-enamel/dentinal penetration of H2O2 (p<0.05). The color alteration was similar for both groups (p>0.05), and different when compared to Control group (p<0.05). MAX showed severe inflammation in the upper thirds of the coronal pulp, and BLU showed moderate inflammation (p<0.05). In-office bleaching protocols using lower concentrations of hydrogen peroxide should be preferred due to their reduced trans-enamel/dentinal penetration since they cause less pulp damage and provide same bleaching efficiency.