RESUMO Contexto: A maioria dos dados sobre a história natural da hipertensão porta provém de estudos em adultos. A morbidade associada à hemorragia digestiva alta (HDA) em crianças com hipertensão porta ainda não foi sistematicamente estudada. Objetivo: Descrever a morbimortalidade da HDA em pacientes pediátricos com hipertensão porta e identificar fatores preditivos para a ocorrência de suas principais complicações. Métodos: Este estudo retrospectivo incluiu pacientes pediátricos com hipertensão porta cirrótica ou com obstrução extra-hepática da veia porta (OEHVP). A mortalidade e as complicações da HDA foram estudadas até seis semanas após o sangramento. Para determinar os fatores preditivos de morbidade, foi realizada análise multivariada por meio de regressão logística; todos os resultados foram considerados significativos com P<0,05. Resultados: Oitenta e seis pacientes (51,2% com OEHVP e 48,8% com cirrose) tiveram 174 eventos hemorrágicos. A ascite foi a complicação mais comum (43,1% de todos os casos), sendo mais prevalente em pacientes com cirrose (P<0,001). A cirrose foi preditor da ocorrência de pelo menos uma complicação (OR 20,3). A necessidade de transfusão sanguínea foi preditora de pelo menos uma complicação (OR 5,8), ascite (OR 7,2) e infecções (OR 3,8) no grupo geral e pelo menos uma complicação (OR 11,3) e ascite (OR 5,8) nos cirróticos. A necessidade de expansão foi preditor de qualquer morbidade (OR 4,6) e infecções (OR 3,9) no grupo geral, além de ser preditor de infecção em cirróticos (OR 5,4). Não houve óbitos por HDA nas 6 semanas pós-sangramento. Conclusão: O estudo mostrou a relevância da morbidade após HDA em pacientes pediátricos com hipertensão porta, principalmente naqueles com cirrose. Os pacientes com instabilidade hemodinâmica que necessitam de transfusão de sangue ou expansão na admissão têm risco aumentado de complicações relacionadas à hemorragia digestiva alta e devem ser monitorados de perto. Contexto adultos (HDA estudada Objetivo Métodos extrahepática extra hepática OEHVP. . (OEHVP) sangramento logística P005 P 0 05 P<0,05 Resultados 51,2% 512 51 2 (51,2 488 48 8 48,8 17 hemorrágicos 43,1% 431 43 1 (43,1 casos, casos , casos) P<0,001. P0001 P<0,001 001 (P<0,001) OR 20,3. 203 20,3 20 3 20,3) 5,8, 58 5,8 5 7,2 72 7 3,8 38 11,3 113 11 4,6 46 4 3,9 39 9 5,4. 54 5,4 5,4) póssangramento. póssangramento pós pós-sangramento Conclusão perto (OEHVP P00 P<0,0 51,2 (51, 48, 43,1 (43, P000 P<0,00 00 (P<0,001 20, 5, 7, 3, 11, 4, P0 P<0, 51, (51 43, (43 (P<0,00 P<0 (5 (4 (P<0,0 P< ( (P<0, (P<0 (P< (P
ABSTRACT Background: Most data on the natural history of portal hypertension come from studies in adults. The morbidity rate of upper gastrointestinal bleeding (UGIB) in children with portal hypertension has not been systematically characterized. Objective: To describe the morbidity and mortality of UGIB in pediatric patients with portal hypertension and identify predictive factors for the occurrence of its main complications. Methods: This retrospective study included pediatric patients with cirrhotic portal hypertension or with extrahepatic portal vein obstruction (EHPVO). Mortality and UGIB complications within a period of up to 6 weeks of the bleeding were investigated. To determine the predictive factors of morbidity, a multivariate analysis was performed using logistic regression; all results were considered significant at P<0.05. Results: A total of 86 patients (51.2% with EHPVO and 48.8% with cirrhosis) had 174 bleeding events. Ascites was the most common complication (43.1% of all cases), being more prevalent in patients with cirrhosis (P<0.001). Cirrhosis was a predictor of the occurrence of any morbidity (OR 20.3). The need for blood transfusion was predictor of at least one complication (OR 5.8), ascites (OR 7.2) and infections (OR 3.8) in the general group and at least one complication (OR 11.3) and ascites (OR 5.8) in cirrhotic patients. The need for expansion was a predictor of any morbidity (OR 4.6) and infections (OR 3.9) in the general group, in addition to being predictor of infection in cirrhotic patients (OR 5.4). There were no deaths from UGIB in the six weeks post-bleeding. Conclusion: The study showed the relevance of morbidity after UGIB in pediatric patients with portal hypertension, especially in those with cirrhosis. The patients with hemodynamic instability requiring blood transfusion or expansion on admission are at increased risk of complications related to upper gastrointestinal bleeding and should be closely monitored. Background adults (UGIB characterized Objective Methods EHPVO. . (EHPVO) investigated regression P005 P 0 05 P<0.05 Results 8 51.2% 512 51 2 (51.2 488 48 48.8 17 events 43.1% 431 43 1 (43.1 cases, cases , cases) P<0.001. P0001 P<0.001 001 (P<0.001) OR 20.3. 203 20.3 20 3 20.3) 5.8, 58 5.8 5 7.2 72 7 3.8 38 11.3 113 11 4.6 46 4 3.9 39 9 5.4. 54 5.4 5.4) postbleeding. postbleeding post bleeding. post-bleeding Conclusion monitored (EHPVO P00 P<0.0 51.2 (51. 48. 43.1 (43. P000 P<0.00 00 (P<0.001 20. 5. 7. 3. 11. 4. P0 P<0. 51. (51 43. (43 (P<0.00 P<0 (5 (4 (P<0.0 P< ( (P<0. (P<0 (P< (P