RACIONAL: A colangiopancreatografia endoscópica retrógrada é técnica efetiva no manejo das doenças biliopancreáticas. A segurança da realização do exame em ambulatório tem sido alvo de estudo. OBJETIVO: Avaliar a segurança da realização da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada em ambulatório e descrever as complicações do exame. CASUÍSTICA E MÉTODO: Acompanharam-se, prospectivamente, pacientes ambulatoriais encaminhados para colangiopancreatografia endoscópica retrógrada durante o período de 2001 a 2003. Complicações foram definidas segundo critérios de consenso, incluindo todos os efeitos adversos relacionados ao exame. RESULTADOS: Foram incluídas 195 colangiopancreatografias endoscópicas retrógradas, 79 (40,5%) diagnósticas e 116 (59,5%) terapêuticas. O grupo incluiu 112 mulheres, com média de idade de 51 anos (±18,9). Os diagnósticos encontrados mais freqüentemente foram: cálculo biliar (30,2%), estenose benigna (13,8%), neoplasia (10,2%) e pancreatite crônica (10,2%). Obteve-se sucesso em 88,6% dos exames diagnósticos e 78,5% dos terapêuticos. Dos 195 pacientes, 10 (5,1%) necessitaram de observação, dentre os quais 7 (3,6%) foram internados, (2 pacientes com pancreatite aguda, 2 com perfurações, 1 com hemorragia, 1 com complicação cardiorespiratória e 1 com febre). Dos 188 casos liberados após o exame, 8 (4,2%) foram readmitidos (1 pancreatite aguda, 1 hemorragia, 1 perfuração, 3 colangite, 2 dor abdominal). Ao comparar o grupo das complicações identificadas imediatamente contra o segundo, não se encontrou diferença estatisticamente significante quanto à idade, sexo, diagnóstico e/ou grau de dificuldade do exame. CONCLUSÃO: O tamanho da amostra e os resultados negativos da análise estatística impediram a determinação de fatores de risco, independentes para complicações pós- colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. Contudo, não houve nenhum óbito ou complicações com má evolução nos pacientes inicialmente liberados, confirmando a segurança na realização da colangiopancreatografia endoscópica retrógrada em ambulatório.
BACKGROUND: Endoscopic retrograde cholangiopancreatography is effective technique to approach various biliary and pancreatic disorders. Safety of endoscopic retrograde cholangiopancreatography on an outpatient basis has been questioned. OBJECTIVES: To evaluate the safety of outpatient endoscopic retrograde cholangiopancreatography and describe procedure complications. PATIENTS/METHOD: We prospectively assessed outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography during 2001 to 2003 period. Complications were defined according to consensus criteria and all adverse effects related to procedure were included. RESULTS: One hundred and ninety five outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography were performed, 79 (40.5%) diagnostic and 116 (59.5%) therapeutic. The study group included 112 women, mean age 51 (± 18.9) years. The most common diagnoses were: biliary calculi (30.2%), benign stenosis, (13.8%), malignant obstruction (10.2%) and chronic pancreatitis (10.2%). Success was achieved in 88.6% of diagnostic endoscopic retrograde cholangiopancreatography and 78.5% in therapeutic. Complications necessitating observation developed in 10 (5.1%) of 195 endoscopic retrograde cholangiopancreatography, among them, 7 (3.6%) were hospitalized, (2 acute pancreatitis, 2 perforations, 1 bleeding, 1 cardio-respiratory e 1 fever). Among 188 patients initially discharged 8 (4.2%) needed readmission (1 acute pancreatitis, 1 bleeding, 1 perforation, 3 cholangitis, 2 abdominal pain). Comparing the first group where complications were immediately identified to the second, no significant statistical difference concerning to age, sex, diagnoses and procedure difficulty degree was found. CONCLUSION: Sample size and negative statistical results failed to determinate independent risk factors for outpatients endoscopic retrograde cholangiopancreatography complications. However, there were no deaths or bad evolution in patients released after examination, confirming the safety of outpatient endoscopic retrograde cholangiopancreatography.