OBJETIVO: Avaliar a morbimortalidade de homens e mulheres submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica isolada e os fatores relacionados às diferenças eventualmente encontradas. MÉTODOS: Análise comparativa de 2032 pacientes, 1402 (69%) homens e 630 (31%) mulheres submetidos consecutivamente à cirurgia, de janeiro 1999 a dezembro 2002. RESULTADOS: As mulheres apresentaram idade média mais elevada, maior número de fatores de risco e taxas de angina instável. Enxertos com artéria torácica interna foram mais freqüentemente usados nos homens, 85,6% vs. 78,3%, p<0,001. Não houve diferenças nas taxas de complicações pós operatórias, exceto as infecções, mais freqüentes nas mulheres. A mortalidade hospitalar foi de 4,1% e 6,3%, para homens e mulheres respectivamente, p=0,026. Na análise multivariada o sexo feminino não foi identificado como fator prognóstico independente para óbito, assim como o uso de enxertos com artéria torácica não foi também isoladamente identificado como fator protetor, porém a interação sexo-artéria torácica interna foi significativa; foram ainda selecionados, idade (OR 1,03; [IC] 95% 1,01 a 1,06; p=0,004), insuficiência renal no pré-operatório (OR 1.82; [IC] 95% 1,07 a 3,11; p=0,028) e cirurgia de urgência/emergência (OR 2,85; [IC] 95% 1,32 a 6,14; p=0,008). CONCLUSÃO: O sexo feminino apresentou maior mortalidade operatória porém não se mostrou fator prognóstico independente para óbito; o uso de enxertos com artéria torácica mostrou-se protetor; pacientes mais idosos, com insuficiência renal e em situação emergencial apresentaram maiores índices de óbito hospitalar.
OBJECTIVE: To assess morbidity and mortality in men and women undergoing isolated myocardial revascularization and to analyze the factors related to differences occasionally found. METHODS: Comparative analysis of 2032 patients, 1402 (69%) men and 630 (31%) women, who consecutively underwent surgery from January 1999 to December 2002. RESULTS: Women had a greater mean age, more risk factors, and a greater incidence of unstable angina. Internal thoracic artery grafts were more frequently used in men, 85.6% vs 78.3%, P < 0.001. No differences in the postoperative complication rates were observed, except for infections, more frequent in women. In-hospital mortality rates were 4.1% and 6.3% for men and women, respectively (P = 0.026). On multivariate analysis, neither the female sex was identified as an independent prognostic factor for death nor was the use of thoracic artery grafts identified as an isolated protective factor. However, sex-internal thoracic artery graft interaction was significant. The following variables were also selected: age (OR = 1.03; 95% CI = 1.01 to 1.06; P = 0.004), preoperative renal failure (OR = 1.82; 95% CI = 1.07 to 3.11; P = 0.028) and urgent/emergency surgery (OR = 2.85; 95% CI = 1.32 to 6.14; P = 0.008). CONCLUSION: The female sex had a greater surgical mortality; this, however, was not an independent prognostic factor for death. The use of thoracic artery grafts proved to be protective. Older patients with renal failure in an emergency situation had greater indices of in-hospital death.