OBJETIVO: Desenvolver índice de qualidade da alimentação e analisar fatores socioeconômicos associados à baixa qualidade da alimentação entre crianças. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com amostra representativa de 1.282 crianças de sete a dez anos de idade residentes em Vitória, ES, em 2007. As crianças foram sorteadas em 26 escolas públicas e seis privadas. Dados socioeconômicos e de hábitos de vida das crianças foram obtidos a partir de questionário estruturado enviado ao domicílio e preenchido preferencialmente por suas mães. Um questionário de freqüência alimentar foi construído a partir de estudos realizados com crianças brasileiras e testado em escola pública. Para avaliação da qualidade da alimentação foi desenvolvido um índice, denominado Alimentação do Escolar (Índice Ales), levando em consideração as recomendações nutricionais para a população brasileira e o hábito de realizar o desjejum. A associação entre a qualidade da alimentação e fatores socioeconômicos foi investigada utilizando a regressão logística multinomial. Foram estimados odds ratio ajustados e os intervalos com 95% de confiança para as variáveis que permaneceram no modelo. RESULTADOS: Segundo o Índice Ales, aproximadamente 41% das crianças estudadas possuíam alimentação de baixa qualidade (meninos = 37,7%, meninas = 42,7%, p = 0,179). Não foram encontradas diferenças significativas entre sexo, idade, condição empregatícia materna e morar com a mãe e qualidade da alimentação. As variáveis que permaneceram associadas à baixa qualidade da alimentação foram baixa escolaridade materna (OR = 3,93; IC 95%: 2,58;5,99), ausência do pai no domicílio (OR = 2,03; IC 95%: 1,68;2,99) e não almoçar à mesa (OR = 1,47; IC 95%: 1,12;1,93). CONCLUSÕES: A baixa escolaridade materna aumentou a probabilidade de a criança não consumir uma alimentação de boa qualidade, seja pela falta de acesso a alimentos saudáveis e informações adequadas, seja pela menor capacidade de discernir o que é saudável.
OBJECTIVE: To develop a diet quality index and to analyze socioeconomic factors associated with low child diet quality. METHODS: A cross-sectional study was performed with a representative sample of 1,282 children aged between seven and ten years, living in the city of Vitória, Southeastern Brazil, in 2007. Children were randomly selected from 26 public schools and six private schools. Data on socioeconomic characteristics and life habits of children were obtained from a structured questionnaire, sent to homes and preferably completed by mothers. A food frequency questionnaire was created from studies performed with Brazilian children and tested in a public school. An index entitled Índice de Alimentação do Escolar (ALES School Child Diet Index) was designed to assess diet quality, taking in consideration the nutritional recommendations for the Brazilian population and the habit of having breakfast. The association between diet quality and socioeconomic factors was analyzed using multinomial logistic regression. Adjusted odds ratios and 95% confidence intervals were estimated for the variables that remained in the model. RESULTS: According to the ALES index, approximately 41% of the children studied had low diet quality (boys= 37.7%, girls= 42.7%, p= 0.179). There were no significant differences between sex, age, maternal employment status and living with the mother and diet quality. The variables that remained associated with low diet quality were low maternal level of education (OR= 3.93; 95% CI: 2.58;5.99), father not present in the household (OR= 2.03; 95% CI: 1.68;2.99) and not having lunch at the table (OR= 1.47; 95% CI: 1.12;1.93). CONCLUSIONS: Low maternal level of education increased the probability of a child not consuming a good quality diet, whether due to lack of access to healthy foods and adequate information or poorer ability to discern what is healthy.
OBJETIVO: Desarrollar índice de calidad de la alimentación y analizar factores socioeconómicos asociados con la baja calidad de la alimentación entre niños. MÉTODOS: Estudio transversal realizado con muestra representativa de 1.282 niños de siete a diez años de edad residentes en Vitória, sureste de Brasil, en 2007. Los niños fueron sorteados en 26 escuelas públicas y seis privadas. Datos socioeconómicos y de hábitos de vida de los niños fueron obtenidos a partir de cuestionario estructurado enviado al domicilio y llenado preferiblemente por sus madres. Un cuestionario de frecuencia alimentaria fue construido a partir de estudios realizados con niños brasileras y evaluado en escuela pública. Para evaluación de la calidad de la alimentación fue desarrollado un índice, denominado Alimentación del Escolar (Índice ALES), llevando en consideración las recomendaciones nutricionales para la población brasilera y el hábito de realizar el desayuno. La asociación entre la calidad de la alimentación y factores socioeconómicos fue investigada utilizando la regresión logística multinomial. Se estimaron odds ratio ajustados y los intervalos con 95% de confianza para las variables que permanecieron en el modelo. RESULTADOS: Según el Índice ALES, aproximadamente 41% de los niños estudiados poseían alimentación de baja calidad (niños=37,7%, niñas= 42,7%, p=0,179). No fueron encontradas diferencias significativas entre sexo, edad, condición de empleo materno y vivir con la madre y calidad de la alimentación. Las variables que permanecieron asociadas con la baja calidad de la alimentación fueron baja escolaridad materna (OR=3,93; IC 95%: 2,58;5,99), ausencia del padre en el domicilio (OR= 2,03; IC 95%: 1,68;2,99) y no almorzar en la mesa (OR= 1,47; IC 95%: 1,12;1,93). CONCLUSIONES: La baja escolaridad materna aumentó la probabilidad del niño no consumir una alimentación de buena calidad, sea por la falta de acceso a alimentos saludables e informaciones adecuadas y o por la menor capacidad de discernir lo que es saludable.