Resumo Fundamento: Estudos transversais anteriores demonstraram que a atividade física está associada a menor risco cardiovascular em pacientes com doença arterial periférica (DAP). No entanto, não é possível estabelecer causalidade e estudos com desenho longitudinal são necessários. Objetivo: Analisar as alterações nos parâmetros de risco cardiovascular e níveis de atividade física após 2 anos de acompanhamento em pacientes com DAP sintomática. Métodos: O presente estudo teve início em 2015. Na primeira fase, foram incluídos 268 pacientes. Na segunda fase, após 2 anos (mediana = 26 meses), foram reavaliados 72 pacientes. Parâmetros de risco cardiovascular, como pressão arterial, modulação autonômica cardíaca e rigidez arterial, e níveis de atividade física foram medidos na linha de base e após 2 anos de acompanhamento. A associação entre as alterações delta (valores após 2 anos – valores da linha de base) na atividade física e nos parâmetros cardiovasculares foi analisada por meio de regressão linear múltipla. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05 com DAP. Resultados: Pacientes reduziram seus níveis totais de atividade física em comparação com a linha de base (linha de base = 2.257,6 ± 774,5 versus acompanhamento = 2.041 ± 676,2 min/semana, p = 0,001). Após o acompanhamento, o índice tornozelo-braquial (0,62 ± 0,20 versus 0,54 ± 0,20, p = 0,003) e o desvio padrão de todos os intervalos RR (43,4 ± 27,0 versus 25,1 ± 13,4 ms, p < 0,001) foram menores, enquanto a velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral foi maior (9,0 ± 3,0 versus 10,7 ± 3,4 m/s, p = 0,002) em relação aos valores basais. Não observamos associação entre os valores delta dos níveis de atividade física e os parâmetros de risco cardiovascular. Conclusão: Pacientes com DAP tiveram níveis reduzidos de atividade física e comprometimento em relação aos parâmetros de risco cardiovascular após 2 anos de acompanhamento.
Background: Previous cross-sectional studies have demonstrated that physical activity is associated with lower cardiovascular risk in patients with peripheral artery disease (PAD). However, it is not possible to establish causality, and longitudinal design studies are required. Objective: To analyze the changes in cardiovascular risk parameters and physical activity levels after a 2-year follow-up in patients with symptomatic PAD. Methods: This study started in 2015. In the first phase, 268 patients were included. In the second phase, after 2 years (median = 26 months), 72 patients were re-evaluated. Cardiovascular risk parameters, such as blood pressure, cardiac autonomic modulation, and arterial stiffness, and physical activity levels were measured at baseline and after 2 years of follow-up. Association among delta changes (values from follow-up – baseline) in physical activity and cardiovascular parameters were analyzed by multiple linear regression. The significance level was set at p < 0.05. Results: Patients reduced their total physical activity levels compared to baseline (baseline = 2257.6 ± 774.5 versus follow-up = 2041 ± 676.2 min/week, p = 0.001). After follow-up, ankle-brachial index (0.62 ± 0.20 versus 0.54 ± 0.20, p = 0.003), and standard deviation of all RR intervals (43.4 ± 27.0 versus 25.1 ± 13.4 ms, p < 0.001) were lower, whereas carotid-femoral pulse wave velocity was higher (9.0 ± 3.0 versus 10.7 ± 3.4 m/s, p = 0.002) compared to baseline values. We did not observe any association among delta values of physical activity levels and cardiovascular risk parameters. Conclusion: Patients with PAD had reduced physical activity levels and impaired cardiovascular risk parameters during 2-year follow-up.