Durante o período de agosto de 1991 a novembro de 1995, foram submetidos a colecistectomias por videolaparoscopia 7 pacientes com idade inferior a 17 anos, sendo dois do sexo masculino e cinco do feminino. A idade variou de 12 a 16 anos (média de 13,8 a). O diagnóstico de colecistopatia crônica calculosa foi feito pela história clínica, exame físico e estudo ultrasonográfico. Em nenhum caso foi evidenciada a associação com doenças hemolíticas, hiperlipidemia familial ou deficiência de Glicose-6-fosfato desidrogenase. A anestesia era sempre geral e o abdome era abordado por 4 portais: umbilical (10 mm), ponto cístico (5 mm), apêndice xifóide (5 mm) e borda lateral esquerda do músculo reto abdominal esquerdo entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide (10 mm). O tempo médio do procedimento foi de duas horas (1:45 - 2:30), e em um caso optou-se pela conversão da cirurgia por se tratar de Síndrome de Mirizzi, a qual foi diagnosticada pela colangiografia intra-operatória, procedimento este realizado em todos os casos. Não ocorreram óbitos nem complicações no pós-operatório. O tempo de internação variou de 1 a 3 dias nos 6 pacientes submetidos a colecistectomia laparoscópica. Dessa forma, a colecistectomia laparoscópica em crianças pode ser considerada um bom método, requerendo apenas mais cuidados quanto ao emprego de instrumental adequado, dissecção completa e cuidadosa do hilo biliar e realização de colangiografia intra-operatória, que é indispensável, pois essas crianças podem apresentar maior incidência de anomalias anatômicas. Suas vantagens como pós-operatório menos doloroso e recuperação mais rápida recomendam-na principalmente na criança que tolera menos que o adulto a restrição física e a dor.
During the period between August 1991 and November 1995, seven patients under age 17 were submitted to videolaparoscopic cholecystectomy (LC). Two were males and five females with ages ranging from 12 to 16 years (mean 13.8 years). The diagnosis of chronic cholecystitis with gallstones was made by the clinical history and physical and ultrasonographic examinations. There was no evidence of an association with hemolytic diseases, familial hyperlipidemia or Glucose-6-phosphate dehydrogenase (G6PD) deficiency. The surgery was performed under general anesthesia and the abdomen approached by four ports: a 10 mm umbilical incision, a 5 mm cystic, a 5 mm one at the xiphoid appendix and a 10 mm one at the left lateral margin of the left rectus abdominal muscle between the umbilical scar and the xiphoid appendix. Operative time averaged 120 minutes (105-150 min). One case required conversion to laparotomic approach because of Mirizzi's Syndrome, which was diagnosed by intraoperative cholangiography performed in all cases. There were no deaths or major postoperative complications. Hospital stays ranged from 1-3 days in the six patients submitted to LC. Thus LC in children can be considered a good method, requiring only more care regarding the use of proper equipment, complete and careful dissection of the biliary hilus, and intraoperative cholangiography. The latter is indispensable, as these children can present a higher rate of anatomic anomalies. The advantages of this technique include a less painful postoperative period with a faster recovery, and it is especially recommended in children, who are less tolerant to physical restriction and pain than adults.