Objetivo : Verificar se existe uma relação entre a hiperprolactinemia e distúrbios primários da tireoide, focando em pacientes com características autoimunes. Materiais e métodos : Os prontuários de 100 pacientes com hiperprolactinemia (HPRL) foram examinados retrospectivamente. Foram analisados registros de ultrassonografia da tireoide (USG), níveis séricos basais de hormônio tireoestimulante, tiroxina livre, triiodotironina livre e anticorpos antitireoglobulina (anti-Tg) e antitireoperoxidase (anti-TPO). Foram obtidos de 100 controles, pareados por idade e sexo com pacientes com HPRL, USG, testes de função da tireoide (TFTs) e painel de autoanticorpos. Resultados : A média de PRL em pacientes foi de 93 ng/mL (variação: 37-470). Vinte e cinco pacientes (25%) e 22 controles (22%) foram positivos para títulos de anti-Tg e/ou anti-TPO (P = 0,739). A mediana de PRL sérica foi de 98 (37-470) ng/mL em pacientes positivos para autoanticorpos tiroidianos e 92 (40-470) ng/mL em pacientes negativos (P = 0,975). Entre os indivíduos positivos para autoanticorpos, as anormalidades da TFTs foram mais frequentes em pacientes HPRL (60%; de 25 pacientes, 14 com hipotireoidismo subclínico e um com hipertireoidismo) do que nos controles (9,1%; de 22 pacientes, 2 com hipertireoidismo subclínico) (P < 0,001). Vinte e sete pacientes com HPRL e 31 controles apresentavam bócio (27 contra 31%; P = 0,437). Quarenta e seis pacientes (46%) e 50 (50%) controles tiveram uma ou mais das características de problemas de tireoide, como bócio, autoanticorpos antitireoide e anormalidades da função tiroidiana (P = 0,888). Conclusão : A HPRL pode estar associada à disfunção da tireoide mais grave em pacientes com autoimunidade contra a tireoide.
Objective : To establish whether there is a relationship between hyperprolactinemia and primary thyroid disorders, focusing on patients with autoimmune features. Materials and methods : The medical records of 100 patients with hyperprolactinemia (HPRL) were retrospectively examined. Records of thyroid ultrasonography (USG), basal serum levels of thyroid stimulating hormone, circulating free thyroxine, free triiodothyronine, antithyroglobulin (anti-Tg), and antithyroperoxidase (anti-TPO) antibodies were analyzed. In 100 control subjects, matched by age and gender with HPRL patients, thyroid USG, thyroid function tests (TFTs), and autoantibody panel were obtained. Results : The median PRL in patients was 93 ng/mL (range: 37-470). Twenty-five patients (25%) and 22 controls (22%) had positive anti-Tg and/or anti-TPO titers (P = 0.739). The median serum PRL was 98 (37-470) ng/mL in patients with positive thyroid autoantibodies, and 92 (40-470) ng/mL in patients who were negative (P = 0.975). Among the individuals with autoantibody positivity TFTs abnormalities were more frequent in HPRL patients (60%, out of 25 patients, 14 with subclinical hypothyroidism and one with hyperthyroidism) than in controls (9.1%, out of 22 patients, 2 with subclinical hyperthyroidism) (P < 0.001). Twenty-seven patients with HPRL and 31 controls had goiter (27 vs. 31%, P = 0.437). Forty-six patients (46%) and 50 (50%) controls had one or more of the features of thyroid disorder, which were goiter, positive thyroid autoantibody, and thyroid function abnormality (P = 0.888). Conclusion : HPRL may be associated with more severe thyroid dysfunction in patients with thyroid autoimmunity.