Resumo Os debates sobre a mente e suas funções superiores, e as tentativas de estabelecer suas localizações no corpo, foram objeto de interesse de inúmeros sábios desde os tempos mais remotos. A dúvida quanto à parte do corpo que abrigava tais funções, o coração (doutrina cardiocêntrica) ou o cérebro (doutrina cefalocêntrica), abriu as buscas. Os egípcios, há milênios, mantinham um ponto de vista cardiocêntrico. Muito tempo depois, antigos acadêmicos gregos retomaram o tema, mas permaneceram indecisos entre o coração e o cérebro, uma controvérsia que durou séculos. O ponto de vista cefalocêntrico predominou, e seguiu-se uma nova questão, quanto ao lugar dessas funções no cérebro, os ventrículos ou o tecido nervoso, que também durou séculos. Esta última localização, apesar de inicialmente equivocada, prosperou. Entretanto, esta representou apenas um começo, já que mais estudos, nos séculos seguintes, revelaram definições e localizações mais precisas para as funções mentais superiores.
Abstract The debates about the mind and its higher functions, and attempts to locate them in the body, have represented a subject of interest of innumerable sages since ancient times. The doubt concerning the part of the body that housed these functions, the heart (cardiocentric doctrine) or the brain (cephalocentric doctrine), drove the search. The Egyptians, millennia ago, held a cardiocentric view. A very long time later, ancient Greek scholars took up the theme anew, but remained undecided between the heart and the brain, a controversy that lasted for centuries. The cephalocentric view prevailed, and a new inquiry ensued about the location of these functions within the brain, the ventricles or the nervous tissue, which also continued for centuries. The latter localization, although initially inaccurate, gained traction. However, it represented only a beginning, as further studies in the centuries that followed revealed more precise definitions and localizations of the higher mental functions.