RESUMO O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência de paralisia cerebral entre crianças e adolescentes, seus subtipos, as possíveis comorbidades e as características socioeconômicas das famílias. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal a partir de um inquérito de base populacional sobre a paralisia cerebral em crianças e adolescentes na cidade de Aracaju (SE), Brasil. O estudo obteve informações sobre 240 crianças e adolescentes com paralisia cerebral a partir das respostas a um questionário feitas por seus responsáveis. Foi encontrada a prevalência de período de 1,37 em cada mil. Alguns bairros possuem prevalência de três a quatro vezes maior, revelando que a taxa de prevalência total não é um indicador homogêneo. A maioria dos participantes foi do sexo masculino (56,25%), de raça/cor declarada como parda ou preta (67,50%), sendo que a média de idade foi de 8,56 anos. A paralisia cerebral de tipo espástica bilateral foi a mais frequente (45,42%) e a comorbidade referida na maioria dos casos foi a epilepsia (48,33%). A renda familiar mensal correspondia a $252,87 dólares. O estudo revelou que as crianças e adolescentes com paralisia cerebral são, em grande parte, pertencentes a minorias sociais, de raça/cor parda ou preta, e suas famílias vivem na linha da extrema pobreza.
ABSTRACT This study aimed to describe the prevalence of cerebral palsy among children and adolescents, its subtypes, associated comorbidities, and socioeconomic characteristics of families. This is a cross-sectional epidemiological study conducted from a population-based survey on cerebral palsy among children and adolescents in the city of Aracaju, Sergipe, Brazil. Results: Based on guardians’ answers to the proposed questionnaire, we obtained data on 240 children and adolescents with cerebral palsy in Aracaju. The period prevalence of cerebral palsy was 1.37 per 1,000 people. Some neighborhoods showed a prevalence three to four times higher than that found to the overall city, indicating that the total prevalence is not a homogeneous indicator. Most participants were male (56.25%), self-declared as mixed-race or Black (67.50%), and aged 8.56 years on average. Bilateral spastic was the most prevalent cerebral palsy subtype (45.42%), and epilepsy was the most common comorbidity (48.33%) along with intellectual disability. Household monthly income was $ 252.87. Our results indicate that children and adolescents with cerebral palsy are mostly from minoritized groups, Black or mixed-race, and live in extreme poverty.
RESUMEN El objetivo de este estudio fue describir la prevalencia de parálisis cerebral en niños y adolescentes, sus subtipos, las posibles comorbilidades y las características socioeconómicas de las familias. Se realizó un estudio epidemiológico transversal a partir de una encuesta poblacional sobre parálisis cerebral en niños y adolescentes de la ciudad de Aracaju, Brasil. El estudio obtuvo información de 240 niños y adolescentes con parálisis cerebral con base en las respuestas de sus padres a un cuestionario. Se encontró la prevalencia de período de 1,37 por mil. Algunos barrios tienen una prevalencia de tres a cuatro veces mayor, lo que revela que la tasa de prevalencia total no es un indicador homogéneo. La mayoría de los participantes eran varones (56,25%), de raza/color declarado parda o negra (67,50%), con un promedio de edad de 8,56 años. La parálisis cerebral espástica bilateral fue la más frecuente (45,42%), y la comorbilidad reportada en la mayoría de los casos fue la epilepsia (48,33%). El ingreso familiar mensual correspondió a 252,87 dólares. El estudio reveló que los niños y adolescentes con parálisis cerebral son mayoritariamente de minorías sociales, raza/color parda o negra, y sus familias viven en extrema pobreza.